As buscas pelos três tripulantes de uma embarcação desaparecido ao largo da Nazaré estão concentradas na zona do Pedrógão, refere à Rádio Observador o comandante da capitania do porto da Nazaré. Nas últimas horas, foram encontrados “destroços e material” de pescas da embarcação, mas ainda não há sinal dos três tripulantes que desapareceram esta sexta-feira. Segundo Mário Figueiredo, o mestre da embarcação — o único elemento da tripulação encontrado até ao momento — relatou ter sofrido um “golpe de mar” que terá resultado na perda de controlo da embarcação.

O mestre da embarcação desaparecida esta sexta-feira na Nazaré conseguiu chegar a nado à praia do Pedrógão, no concelho de Leiria, mas os restantes três tripulantes continuam desaparecidos. O naufrágio terá resultado de um “golpe de mar”, descreveu o comandante da capitania. “O mestre da embarcação terá referido [após ser resgatado] que sofreu um golpe de mar e que, a partir dessa altura, terá tido mais dificuldades”, relatou Mário Figueiredo à Rádio Observador.

Quando chegou à praia do Pedrógão, o mestre da embarcação estava “bastante combalido”, com sinais de hipotermia e foi encaminhado para o Hospital de Leiria. Mas, segundo Mário Figueiredo, não apresentava sinais de ferimentos.

As buscas em terra pelos três tripulantes da embarcação continuaram ao longo da última noite. Entre os meios mobilizados para as buscas no mar — concentradas na zona do Pedrógão, onde o mestre deu à costa — esteve o NRP João Roby, da Marinha; em terra, colaboraram nas buscas elementos dos Bombeiros Voluntários de Vieira de Leiria e também de Leiria. Os meios foram “reforçados” já na manhã deste sábado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com o responsável pela capitania, pelas 23h30, o helicóptero EH-101 MERLIN, da Força Aérea, deixou os trabalhos de busca, retomando ao início do dia de sábado, entre as 7h00 e 8h00.

“As operações [de busca] vão continuar, temos também num navio da Marinha no local, a partir desta madrugada. O NRP João Roby. E [este sábado] vai retomar-se [os trabalhos] até o helicóptero voltar (…) e com meios dentro de água e em terra”, acrescentou.

“Estamos a incidir as buscas na zona do Pedrógão que foi onde apareceu mestre da embarcação e já durante a manhã foi possível recolher destroços e material, que arrojaram aqui na zona do Pedrógão”, disse o responsável pela capitania à Rádio Observador.

Mestre com sinais de hipotermia após várias horas no mar

“O mestre da embarcação, de nacionalidade portuguesa, conseguiu chegar a nado à praia do Pedrógão, cerca de 18h20, depois de várias horas no mar”, disse à agência Lusa o capitão do Porto da Nazaré, Mário Lopes Figueiredo.

De acordo com o mesmo responsável, o tripulante “está bastante confuso”, não tendo ainda esclarecido as circunstâncias em que o barco terá naufragado, nem terá dado informações sobre a restante tripulação, dois homens de nacionalidade indonésia e um marroquino, que continuam a ser procurados.

“A chegada deste tripulante permitiu reduzir as buscas a uma área mais restrita, mas mantêm-se empenhados todos os meios que tinham sido alocados”, afirmou o comandante do porto.

Os quatro homens são tripulantes da embarcação “Letícia Clara”, que desapareceu esta sexta-feira no mar, e que está a ser procurada pela Marinha através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa.

Em comunicado, a Marinha informou que o barco saiu esta sexta-feira, cerca das 00h00, da Figueira da Foz e que a sua área de operação seria entre a Figueira da Foz e a Nazaré.

O último contacto com a tripulação ocorreu esta sexta-feira de manhã, cerca das 8h00, e, de acordo com informação comunicada ao MRCC Lisboa pelo capitão do Porto da Nazaré, o alerta foi dado durante a tarde pelo proprietário da embarcação “que não teve mais contacto com os tripulantes após o telefonema ao início do dia”.