A guarda de fronteiras da Lituânia acusou esta sexta-feira as autoridades bielorrussas de facilitar a travessia da fronteira entre os dois países e coagir migrantes a entrar neste país báltico.

O Serviço Estatal de Guardas de Fronteira (VSAT) difundiu um vídeo em que se podem ver três pessoas, identificados como soldados bielorrussos, a usarem ferramentas especiais para abrirem uma abertura na vala fronteiriça, pela qual passam depois quatro pessoas.

Pouco depois da ocorrência, que segundo um comunicado ocorreu na noite de quinta-feira, o VSAT deteve nas proximidades do local, o posto fronteiriço de Lavoriskes, no sudeste, quatro cidadãos afegãos.

Todos afirmaram que os soldados bielorrussos os tinham agredido e coagido a atravessar a fronteira, apesar das baixas temperaturas e um deles tinha mesmo a cara ensanguentada, detalhou-se no texto.

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Além disto, dois outros apresentavam sinais de congelamento nos pés, pelo que tiveram de receber tratamento médico, um no próprio local e outro em um hospital, para onde teve de ser transportado.

“Este é outro exemplo de como os soldados bielorrussos danificam permanentemente a fronteira na parte lituana, bem como de como tratam os grupos de migrantes que trazem para a fronteira”, acusaram os guardas fronteiriços lituanos.

Segundo médicos da Lituânia, este ano já se teve de cortar pernas a três migrantes – um do Egito e dois do Sri Lanka – por causa do congelamento que sofreram ao procurar atravessar a fronteira.

A ministra do Interior da Lituânia, Agne Bilotaite, afirmou esta sexta-feira que a situação na fronteira tinha “estabilizado” e o número de tentativas de travessia reduzido, depois de a crise entre a União Europeia e a Bielorrússia ter alcançado um ponto alto em 2021, mas adiantou que a rota não foi bloqueada totalmente.

Os países bálticos acusam a Bielorrússia de instrumentalizar os migrantes como parte de uma “guerra híbrida”, abriram valas nas fronteiras e têm a prática de expulsar, de forma sumária, os grupos de recém-chegados, apesar da dureza das condições nas zonas fronteiriças.