A empresa de projetos de engenharia e arquitetura de Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates e acusado na Operação Marquês, fez 104 contratos públicos, no valor de 3,5 milhões de euros, desde 2014. De acordo com o programa “Exclusivo” da TVI, a maior parte dos negócios ocorreu em autarquias.

Este ano, a Proengel — empresa em que uma das diretoras é Inês de Rosário, companheira de Carlos Santos Silva e que também foi acusada pelo Ministério Público no âmbito da Operação Marquês —, já assinou 11 contratos públicos.

De acordo com os dados consultados pela TVI no portal Base, 41 contratos ocorreram por ajuste direto, 27 após uma consulta prévia a um grupo de empresas e 31 por concursos públicos. Dois terços dos 104 negócios ocorreram em autarquias, destacando-se na lista Belmonte. Em quatro anos — entre 2016 e 2020 —, este município do distrito de Castelo Branco fez sete contratos, cinco dos quais por ajuste direto.

Em resposta à TVI, a autarquia de Belmonte, cujo presidente da câmara é desde 2013 o socialista António Dias Rocha, assegura que sempre cumpriu a lei que salvaguarda os ajustes diretos, sinalizando também que a Proengel colabora há vários anos com o município.

Já pela parte da Proengel, a empresa destaca que todos os contratos públicos que conseguiu amealhar são publicos, tendo-se sempre dedicado à área da construção. “A Proengel é uma empresa da área de arquitetura e engenharias que está no mercado há mais de 35 anos, a qual desenvolve, em particular, projetos de obra pública”, lê-se na resposta à TVI.

De recordar que, tal como José Sócrates, Carlos Santos Silva, foi preso preventivamente no final de 2014. Ambos acabaram por ser pronunciados por três crimes de branqueamento e três crimes de falsificação de documentos — e ainda não começaram a ser julgados.

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