A administração da TAP mantém negociações com o Sindicato Nacional dos Tripulantes da Aviação Civil (SNPVAC) para tentar travar a realização de mais dias de greve. “Ainda estamos a tentar um acordo com o SNPVAC, achamos que é possível”, afirmou esta segunda-feira a presidente executiva da TAP aos jornalistas.

Christine Ourmières-Widener indicou que a empresa ainda não fez as contas à perda que resultaria dos 5 dias de greve que o SNPVAC aprovou para realizar até ao final de janeiro, mas admitiu que as perdas dos dois dias de greve em dezembro terão ficado próximas dos oito milhões de euros, faltando ainda contabilizar os custos com o alojamento de passageiros que ficaram sem voo.

A greve que se realizou nos dias 8 e 9 de dezembro foi conhecida com grande antecipação, o que permitiu à TAP minimizar o seu impacto, pedindo aos passageiros para reagendar voos ou reencaminhando-os para outras companhias. Ainda assim, admite a presidente executiva da TAP, as reservas para este período ressentiram-se do anúncio da greve, mas agora estão a recuperar. E só depois do final do ano é que será possível perceber se o efeito terá duração. O que certamente será mais difícil se o SNPVAC cumprir os dias de greve previstos e que só se irão concretizar depois de 27 de dezembro para salvaguardar o período do Natal.

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A gestora assinalou que janeiro é um mês importante para a operação porque é neste período que surgem as grandes campanhas das empresas do setor para captar reservas de voo para o verão, daí que a TAP tenha anunciado já o reforço da oferta para os Estados Unidos, Brasil e Venezuela.

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Christine Ourmières-Widener referiu ainda que as duas partes estão separadas por questões financeiras e de organização na negociação do novo acordo de empresa, mas sublinhou que o plano de reestruturação negociado entre o Estado e a Comissão Europeia é um limite que não pode ser ultrapassado. E reforçou que, apesar de estar a cumprir as metas do plano de reestruturação — e até a ultrapassá-las nos indicadores de resultados —, a TAP está obrigada a fazer melhor em 2023 do que em 2022.