No 300.º dia de guerra, o Presidente ucraniano fez uma visita surpresa à cidade de Bakhmut, um importante ponto estratégico na região de Donetsk, que tem sido palco de confrontos entre as Forças Armadas da Ucrânia e o Exército russo.
A deslocação até à cidade surge depois de no discurso de segunda-feira Zelensky ter descrito o local como o ponto mais intenso do conflito, com “mais de 1300 quilómetros de confrontos ativos”.
As últimas horas ficaram marcadas pelo anúncio de que Zelensky vai viajar para os Estados Unidos, onde deverá discursar perante o Congresso e encontrar-se com Joe Biden. Esta será a primeira saída da Ucrânia em dez meses de guerra.
Zelensky deverá visitar EUA esta quarta-feira. Vai falar ao Congresso e encontrar-se com Biden
Esta terça-feira marcou o 300.º dia de guerra, assinalado pela Ucrânia e pela Rússia com entregas de prémios. Durante a visita surpresa à linha da frente da guerra, Zelensky entregou medalhas aos militares ucranianos em Bakhmut. No Kremlin, o líder russo, Vladimir Putin, premiou os quatro líderes das regiões ucranianas anexadas em setembro.
O que aconteceu durante a noite?
- A Rússia pretende fornecer ao Irão equipamentos militares “avançados” em troca de centenas de drones, avançou o ministro da Defesa britânico. Segundo Ben Wallace, Moscovo vai enviar estes componentes em troca de mais de 300 drones kamikaze entregues por Teerão.
- Albin Kurti, o primeiro-ministro do Kosovo, acredita o Kremlin está a tentar envolver os Balcãs na guerra com a Ucrânia, numa altura em que o conflito está a perder força
- A Rússia está a transferir militares e equipamento para mais perto da fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia, reportou o grupo de monitorização Hajun, citado pelo Kyiv Independent.
- O primeiro-ministro ucraniano alertou que o país deve preparar-se para a possibilidade de novos ataques russos às infraestruturas energéticas do país no Ano Novo e Natal. “É importante para eles que o Ano Novo e o Natal aconteçam na escuridão. É por isso que devemos preparar-nos”, afirmou Denys Shmyhal, citado pelo The Guardian.
- Há divisões entre os oficiais russos sobre a possibilidade de lançar uma nova ofensiva durante este inverno, disse ao New York Times um membro do Departamento de Estado norte-americano. A mesma fonte indica que no lado russo alguns pressionam o lançamento da ofensiva, enquanto outros se mostram mais cautelosos, questionando se o país tem capacidade para a levar em frente.
O que aconteceu durante a tarde?
- O jornal britânico The Economist elegeu a Ucrânia como “país do ano”. Na maior parte das vezes trata-se de uma “escolha difícil”, mas 2022 foi uma exceção. Este ano os jornalistas e editores passaram à frente o habitual debate e, pela primeira vez, a decisão foi “óbvia”.
Picking our country of the year for our Christmas double issue is usually hard. But this time the choice was obvious https://t.co/mPkFqd3ZQa
— The Economist (@TheEconomist) December 20, 2022
- Cerca de um quarto da população da Ucrânia poderá vir a sofrer de problemas de saúde mental na sequência da guerra, afirmou um representante da Organização Mundial da Saúde no país. Segundo Jarno Habicht, ansiedade, stress e stress pós-traumático poderão tornar-se comuns e afetar muitas pessoas devido à invasão russa da Ucrânia, que se prolonga há mais de dez meses.
- O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, apelou ao seu homólogo da China, Xi Jinping, para “usar a sua influência” sobre o líder russo para “pôr fim” à guerra.
- O Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, conversou com o líder russo, Vladimir Putin. Numa publicação no Twitter, Lula da Silva disse que o Brasil está empenhado no “diálogo com todos” e na procura “um mundo sem fome e com paz”.
- Os Estados Unidos acusaram o secretário-geral da NATO de estar a “ceder às ameaças russas” ao não enviar uma equipa para inspecionar os drones utilizados em ataques na Ucrânia e que o Ocidente crê serem de origem iraniana. “Lamentamos que a ONU não tenha agido no sentido de levar a cabo uma investigação normal a esta alegada violação”, afirmou ontem o embaixador adjunto norte-americano Robert Wood.
- A Ucrânia e a Space X chegaram a acordo e o país invadido pela Rússia vai receber mais de 10 mil antenas Starlink. O anúncio foi feito por Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro da Ucrânia e ministro da Transformação Digital, em entrevista à Bloomberg.
O que aconteceu durante a manhã?
- Esta terça-feira um segmento de um dos mais importantes gasodutos russos sofreu danos na sequência de uma fuga de gás e de um incêndio perto da cidade de Kazan, mais de 600 quilómetros a leste de Moscovo. Segundo a agência estatal russa Tass, a fuga ocorreu perto da pequena povoação de Yambakhtino. Pelo menos três pessoas morreram na sequência do incidente.
- O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou esta terça-feira os militares portugueses destacados para a missão da NATO na Roménia e encontrou-se com o Presidente romeno, Klaus Iohannis. Questionado sobre uma ida à Ucrânia, Marcelo indicou que visitará a Ucrânia “certamente no próximo ano”, acrescentando que os pormenores terão ainda de ser ajustados com as autoridades ucranianas.
- Ao longo das últimas semanas, a Ucrânia tem vindo a intensificar os seus esforços para eliminar a influência russa no espaço público ucraniano, retirando estátuas e mudando os nomes de ruas que evocam figuras associadas à Rússia e à União Soviética — e que ainda existem em abundância no país.
- O Presidente ucraniano apelou às instituições e cidadãos em todo o mundo para que apaguem as luzes em 21 de dezembro, como gesto de solidariedade para com a Ucrânia, que combate a invasão russa. A campanha, batizada como #LightUpUkraine, apela ao desligar das luzes em apoio à Ucrânia, afetada por apagões causados por ataques russos contra as suas infraestruturas de energia.
- O Ministério da Defesa do Reino Unido considera que a visita de Vladimir Putin ao centro de coordenação conjunta da operação militar — no dia 16 de dezembro, a última sexta-feira — se tratou de um evento “coreografado” para desviar as atenções da responsabilidade pessoal do líder russo sobre o insucesso da guerra.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 20 December 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/Id2wCoGJlm
???????? #StandWithUkraine ???????? pic.twitter.com/fOrx2Lr4Ad
— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) December 20, 2022