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Na maior parte das vezes, decidir qual o “país do ano” é para a equipa da revista The Economist uma “escolha difícil”, mas 2022 foi a exceção. Este ano, os jornalistas e editores passaram à frente o habitual debate e, pela primeira vez, a decisão foi óbvia: “só podia ser” a Ucrânia, país invadido pela Rússia a 24 de fevereiro.

Desde 2013 que a equipa da revista britânica escolhe o “país do ano” entre os mais de 190, tendo em conta aquele que mais “progrediu” ao longo dos doze meses. Esse critério poderia, à partida, tornar a Ucrânia uma escolha “incomum”, uma vez que a vida dos ucranianos se tornou “espetacularmente pior” desde que as tropas russas invadiram o território ucraniano. No entanto, segundo a Economist, os ucranianos “provaram” o seu valor apesar das dificuldades.

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Muitos morreram. Cidades foram destruídas e carbonizadas. Milhões fugiram das suas casas. A economia ucraniana encolheu em cerca de um terço. Devido aos ataques russos, muitos ucranianos estão a tremer no escuro sem eletricidade”, refere a revista.

Na edição especial de 2022, o Economist destacou quatro características do povo ucraniano que explicam a decisão. Em primeiro lugar o heroísmo, uma vez que os cidadãos se “levantaram e lutaram”, apesar das previsões de que o país ia cair rapidamente às mãos dos russos; a criatividade, pela forma como souberam “aproveitar as fraquezas do inimigo” e aprender a usar as armas fornecidas pelo Ocidente; a resiliência, pela adaptação às condições difíceis – “se não há água da torneira, derrete-se gelo” – e por não perderem o moral; por fim a inspiração, ao mostrarem que é possível “expor” as mentiras de um regime opressor e “resistir” ao terror.

O jornal britânico refere que a luta da Ucrânia está “longe de acabar”, mas que o seu exemplo foi “inigualável” no ano de 2022.

No recapitular do ano 2022, vários jornais internacionais têm destacado ao longo do mês o povo ucraniano e o Presidente Volodymyr Zelensky pela sua resistência face à invasão russa. O jornal Financial Times nomeou Zelensky a “personalidade do ano”, um exemplo seguido pela revista Times, que também distinguiu o povo ucraniano. Já o Politico nomeou o chefe de Estado a “personalidade mais poderosa da Europa”.

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