Era difícil encontrar um jogo que celebrasse de melhor maneira o regresso do futebol de clubes e o fim do Campeonato do Mundo. Na Taça da Liga inglesa, em plenos oitavos de final, o Manchester City recebia o Liverpool no Etihad e o teórico melhor jogo de futebol do mundo assinalava o recomeçar da temporada tal qual a conhecemos.

Num encontro único que valia o apuramento para uns quartos de final onde já estavam Wolverhampton, Newcastle, Leicester ou Manchester United, o City realizava o primeiro jogo oficial no espaço de um mês. Dos onze jogadores que integravam o onze inicial, seis estiveram no Mundial do Qatar: Akanji, Laporte, Aké, De Bruyne, Rodri e Gündoğan, com Bernardo Silva e João Cancelo a começarem ainda no banco e Rúben Dias a não entrar sequer na ficha de jogo.

Do outro lado, Jürgen Klopp não lançava nenhum internacional enquanto titular e deixava até Jordan Henderson no banco, apostando em Harvey Elliot, Bajcetic e Thiago no meio-campo e Fábio Carvalho, Darwin e Salah no tridente ofensivo. Kelleher era o guarda-redes, com Alisson a merecer descanso assim como Ederson merecia do lado dos citizens, e o Liverpool também disputava o primeiro encontro oficial no espaço de um mês.

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“Passo a passo, estão a voltar. Estamos contentes por estarem de volta e, de forma genérica, jogaram todos muito bem. Tiveram uma experiência única. Os jogadores que estiveram no Mundial estão em melhores condições do que aqueles que aqui ficaram”, disse Guardiola na antevisão, enquanto que Pepijn Lijnders, que substituía Jürgen Klopp depois de o alemão ter sido expulso na fase anterior, lembrava a rivalidade entre as duas equipas através do exemplo português, já que trabalhou no FC Porto de 2006 a 2014.

“É muito positivo que ambos os clubes estejam a cooperar. É uma boa mensagem e foi muito clara. Eu trabalhei no FC Porto durante sete anos e a rivalidade entre Benfica e FC Porto era de outro nível. Jogar contra o City acarreta importância mas qualquer rivalidade traz emoção e isso é importante porque precisamos da emoção dos nossos adeptos e dos nossos jogadores. É importante que sintam que os jogos importam”, atirou o neerlandês.

Dentro de campo, Haaland abriu o marcador ainda na primeira parte, convertendo com um habitual remate acrobático um cruzamento de De Bruyne a partir da esquerda (10′). O Liverpool, porém, empatou pouco depois: Fábio Carvalho apareceu em posição central e, após um passe de James Milner, atirou rasteiro para bater Ortega (20′) e levar o encontro empatado para o intervalo.

O Liverpool mexeu ao intervalo, trocando Fábio Carvalho e Bajcetic por Oxlade-Chamberlain e Fabinho, e o jogo só teve de esperar escassos instantes até ver mais dois golos. Mahrez começou por devolver a vantagem ao City, aproveitando uma assistência de Rodri para voltar a bater Kelleher (47′), e Salah empatou pouco depois ao desviar para a baliza deserta na sequência de uma arrancada de Darwin na esquerda (48′).

Os reds voltaram a mexer ainda antes da hora de jogo, com Henderson a entrar para o lugar de Elliot, mas o Manchester City recuperou a vantagem instantes depois da substituição com Aké a cabecear ao segundo poste na sequência de um grande cruzamento de De Bruyne na esquerda (58′). Guardiola fez a primeira substituição já dentro dos últimos 20 minutos, trocando Haaland por Foden, e o resultado não voltou a alterar-se, com Bernardo a ter direito a alguns instantes de competição já mesmo perto do apito final.

No fim, no jogo de cartaz que assinalou o regresso do futebol inglês depois do Mundial do Qatar, o Manchester City venceu o Liverpool e apurou-se para os quartos de final da Taça da Liga, seguindo na luta por um dos objetivos internos.