A agência espacial russa, Roscosmos, está a ponderar o envio de uma cápsula Soyuz sem tripulação para a Estação Espacial Internacional depois de uma fuga de líquido de refrigeração ter sido detetada na nave que já estava atracada no laboratório. A nova cápsula asseguraria o regresso à Terra dos três astronautas que foram para o espaço a bordo da nave Soyuz danificada; e garantiria que a tripulação a bordo da Estação Espacial Internacional tinha um meio de transporte adicional em caso de emergência.

A hipótese foi levantada na quinta-feira numa conferência de imprensa da Roscosmos e da agência espacial norte-americana, NASA, em que se fez um ponto de situação às investigações do incidente. Outra opção é permitir que os três astronautas viajem de regresso à Terra a bordo da nave Soyuz que sofreu a fuga de líquido de refrigeração. Isso poderá acontecer se as próximas análises indicarem que as temperaturas no interior da cápsula vão manter-se seguras para os tripulantes em toda a viagem.

A 14 de dezembro foi detetada uma fuga do líquido de refrigeração a partir de uma linha do radiador externo da cápsula. A fuga aconteceu enquanto dois dos astronautas se preparavam para realizar um passeio espacial, que acabou por ser cancelado por precaução. As imagens mostram que o líquido foi pulverizado para o espaço, mas que já não está a vazar. Mesmo que a cápsula não seja utilizada para o regresso de astronautas, viajará novamente para a Terra de modo a ser avaliada.

Se as avaliações revelarem a necessidade de enviar uma nova cápsula Soyuz para a Estação Espacial Internacional, ela deverá ser enviada a partir do cosmódromo de Baikonur — a primeira e maior base de lançamentos de foguetões do mundo, no Cazaquistão. Esta parece ser a opção menos provável, apesar de a temperatura no interior da nave espacial ter estabilizado nos 30ºC com a ajuda de ventiladores. E obrigaria a adiar a próxima viagem para a Estação Espacial Espacial.

Questionados sobre a origem da fuga, os especialistas na conferência de imprensa confirmaram que ainda não sabem o que causou o incidente, mas que a cápsula não terá colidido com nenhum corpo celeste da chuva de meteoros anual das Geminídeas — pequenos corpos rochosos deixados para trás pelo asteroide 3200 Faetonte, que terá sido um cometa que perdeu o material que compunha a cauda. É possível que a fuga tenha resultado da colisão com micrometeoróides naturais, com lixo espacial em órbita ou uma fragilidade da estrutura da cápsula.

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