Jair Bolsonaro deve deixar esta sexta-feira o Brasil em direção aos EUA e não vai estar presente na tomada de posse de Lula da Silva, que acontece este domingo, dia 1 de janeiro. À CNN brasileira, o ainda Presidente do país disse que está em “voo” e que volta “em breve” — mas não confirmou que o destino é Orlando.

O jornal Estadão escreveu que estava previsto que o ainda Presidente do Brasil deixasse o país às 13h45 (16h45 de Lisboa) num Airbus VC-1 da Força Aérea Brasileira. Se a notícia se confirmar, Bolsonaro deverá aterrar no Aeroporto Internacional de Orlando por volta das 19h53 (22h53 em Portugal continental). A informação está a ser avançada pelos jornais brasileiros, mas o Palácio do Planalto não confirmou oficialmente a viagem.

Ao deixar o Brasil, para além de ser o primeiro Presidente a disputar eleições e não ser reeleito no país, Bolsonaro poderá ser o primeiro a não passar a faixa presidencial ao sucessor. A imprensa brasileira sublinhou ainda que Bolsonaro deverá passar, pelo menos, todo o mês de janeiro num condomínio fechado nos EUA — acompanhado pela família e cinco assessores. Um despacho publicado em Diário Oficial da União (equivalente ao Diário da República), citado pelo Exame, autorizou os assessores escolhidos por Bolsonaro a viajar para os EUA para lhe dar apoio e fazer a sua segurança.

Por sua vez, o jornal Terra refere que com a ausência de Bolsonaro é Hamilton Mourão, vice-presidente, o Presidente em exercício e o responsável por estar presente na tomada de posse de Lula da Silva. Porém, também Hamilton Mourão já disse que não gostaria de passar a faixa presidencial para o novo chefe de Estado.

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Horas antes do possível embarque, o ainda Presidente fez uma live de despedida, que durou mais de 50 minutos, onde se emocionou e não falou sobre a sua viagem, mas pediu “inteligência” aos seus apoiantes. Em tom de despedida, Bolsonaro referiu-se, segundo o Estadão, ao sucessor sem nunca mencionar o seu nome como “oposição” e “cara” e ao futuro governo como “capenga”.

“Não tem tudo ou não. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes”, disse, num discurso que é considerado pela Folha de São Paulo como sendo se oposição a Lula da Silva — onde garantiu que “nada está perdido”. “O Brasil não vai acabar nesse 1.º de janeiro”, acrescentou, relembrando que o país “não sucumbirá” e que se perdeu a “batalha”, mas não “a guerra”.

Esta não é a primeira vez que surgem notícias que dão conta de que Bolsonaro não estará presente na tomada de posse de Lula da Silva. Esta quarta-feira, Bolsonaro desmentiu ter-se reunido com conselheiros e aliados políticos, mas não descartou a hipótese de estar nos EUA no dia 1 de janeiro.