O anterior presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, os ex-vereadores Pedro Adão e Miguel Torres, e o chefe do serviço municipal de urbanismo, Manuel Andrade, estão indiciados por mais de uma dezena de crimes num novo inquérito sobre a tragédia que ocorreu a 13 de janeiro de 2018, numa associação recreativa, em Tondela, noticia o Jornal de Notícias.

Em causa está o incêndio na Associação de Vila Nova da Rainha que aconteceu há quase de cinco anos e que matou 11 pessoas e fez 37 feridos. O processo está a ser julgado pelo Tribunal de Viseu e o único arguido é o presidente da coletividade, Jorge Dias, acusado de 11 crimes de homicídio por negligência e um de ofensa à integridade física negligente grave.

Deste processo foi extraída uma certidão que deu origem a uma nova investigação que constituiu José António Jesus, Pedro Adão, Miguel Torres e Manuel Andrade como arguidos, porque os serviços da Câmara de Tondela consideraram que a sede da coletividade estava inacabada e sem condições de utilização. O Ministério Público considerou que não podia ser ignorado “que às instalações não tinha sido atribuída licença de utilização”, não foi cumprido “o dever de ordenar as necessárias fiscalizações”, nem pugnaram por exigir a licença de utilização do edifício, segundo cita o jornal.

Trata-se de 11 crimes de homicídio por negligência, um crime de ofensas à integridade física e outro de infração de regras de construção, dano em instalação e perturbação de serviços agravado. São suspeitos ainda de crimes de prevaricação e ou abuso de poderes praticados por titulares de cargos políticos. Foram interrogados pela Polícia Judiciária no início de novembro, mas escusaram-se a prestar declarações na fase de inquérito.

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Tondela. Oito mortos e 46 feridos num incêndio em associação recreativa

Esta tragédia aconteceu há quase cinco anos, a 13 de janeiro de 2018. Um torneio de sueca na Associação de Vila Nova da Rainha, em Vila Nova da Rainha no concelho de Tondela, contava com 30 equipas e dezenas de pessoas, quando o sobreaquecimento de uma salamandra causou um incêndio que levou ao pânico e muitas não conseguiram sair da sala. No total houve 11 mortos e 37 feridos.