65% dos veículos novos vendidos na Noruega em 2021 eram eléctricos, tornando este país escandinavo o líder incontestado na adopção desta nova tecnologia. E o Governo local ainda não está satisfeito, pois prevê atingir 80% de carros eléctricos novos vendidos no final de 2023, para depois banir por completo a comercialização de veículos com motores de combustão em 2025, sejam eles híbridos ou híbridos plug-in (PHEV), uma vez que as mecânicas não electrificadas, a gasolina ou a gasóleo, não têm grandes hipóteses de cumprir os limites de emissões.

Para alguns construtores, esta decisão dos responsáveis noruegueses é uma má notícia, uma vez que muitos ainda estão a pensar passar a fasquia de 2025 e, quem sabe, 2030, com muitos eléctricos mas ainda bastantes PHEV. Mas há alguns fabricantes de automóveis que olham para esta imposição como uma oportunidade. É o caso da Hyundai, que não só estava preparada para respeitar o fim dos motores de combustão na Noruega em 2025, como fez questão de demonstrar o seu nível investimento na tecnologia ao antecipar esta meta para 1 de Janeiro de 2023, dois anos antes do previsto.

A decisão da Hyundai apoia-se no facto de já ter no mercado eléctricos concebidos sobre plataformas pré-existentes, como é o caso do Kauai Electric, o que não o impede de oferecer uma interessante relação custo/autonomia, mas sobretudo pelo investimento em novas plataformas específicas para modelos a bateria, que exploram melhor o espaço interior e poupam no peso e nos custos, ainda que obriguem a elevados investimentos iniciais.

O resultado destes investimentos materializa-se em modelos como o Ioniq 5, já no mercado, a que se vai juntar em breve o Ioniq 6, já no início do ano. A estes argumentos junta-se a vantagem dos construtores sul-coreanos que, ao contrário dos europeus, tendem a depender muito menos de fornecedores exteriores à empresa, no fabrico de baterias, motores eléctricos e até de software, produzindo-os internamente ou em parceria tecnológica.

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