O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu estaque o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, no ano passado, “não se faz de um dia para outro”, mas o julgamento de envolvidos será num lugar público.

O chefe de Estado fez estas considerações num encontro com cerca de 30 jornalistas de órgãos nacionais e internacionais para um balanço do país nos últimos 12 meses.

Em resposta a uma pergunta sobre as cerca de 50 pessoas detidas acusadas de envolvimento na tentativa de golpe de Estado, em 1 de fevereiro, o Presidente guineense pediu que seja dado tempo para uma investigação rigorosa.

Deixem a justiça fazer o seu inquérito. O caso está nas mãos da justiça. Eu não interfiro na justiça. Há o Supremo Tribunal de Justiça. O inquérito tem direito de decorrer, o que não é de um dia para outro”, afirmou Sissoco Embaló.

O Presidente guineense frisou, no entanto, que o julgamento será num lugar público, mesmo sendo num tribunal civil ou militar.

5 respostas sobre a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau

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“Não haverá julgamento no quartel, não. Terá de ser no tribunal, mesmo que seja no tribunal militar será de forma pública. Penso que isso é bom para a própria Guiné-Bissau”, observou o líder guineense.

Em 1 de fevereiro do ano passado, homens armados atacaram o palácio do Governo, onde o Presidente participava numa reunião do Conselho de Ministros, e da ação morreram 12 pessoas. As autoridades guineenses consideraram ter-se tratado de uma tentativa de golpe de Estado.

“Nem podem imaginar o marco que o dia 1 de fevereiro causou à Guiné-Bissau. Havia quatro países que pediram para abrir representação diplomática aqui. Pararam. Só agora é que relançaram esse processo. São quatro países muito importantes”, disse Umaro Sissoco Embaló.

Afirmou ainda que a ação tinha como objetivo matá-lo a si e aos membros do Governo, o que considerou ser violência gratuita que não foi vista nos países como Mali e Guiné-Conacri onde também ocorreram, recentemente, golpes militares.

“Houve golpe no Mali e na Guiné-Conacri, mas não foram lá para matar. Vimos como apanharam o Presidente Alpha [da Guiné-Conacri], com muito respeito, mas nós aqui as pessoas foram lá com intenção de matar”, sublinhou Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense considerou ser triste constatar que alguns políticos tenham aplaudido a tentativa de golpe de Estado e que se tenham esquecido que ganhou as eleições presidenciais.

E afirmou que, só por se chamar Umaro Sissoco Embaló, aqueles não o querem na Presidência da Guiné-Bissau.

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