O presidente do CDS-PP pediu esta quinta-feira a “demissão imediata” da nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, que tem várias contas, conjuntas com o marido, arrestadas. Segundo o Correio da Manhã, que avançou com a notícia, a Polícia Judiciária está a investigar Américo Pereira, ex-presidente da Câmara Municipal de Vinhais, em Bragança.

“Depois de 11 substituições de governantes em nove meses, depois de casos com relevância criminal, depois de governantes constituídos arguidos e acusados de crimes graves, depois das advertências expressas do Presidente da República ao primeiro-ministro para não confundir maioria absoluta com arrogância absoluta e não continuar a atuar com falta de transparência, o Dr. António Costa nomeou para o cargo de secretária de Estado da Agricultura alguém que, como é hoje noticiado, é visada é visada pelo Ministério Público pela existência de 700 mil euros em contas bancárias já arrestadas, a propósito de um processo crime no qual o respetivo marido está constituído arguido”, referiu Nuno Melo em comunicado.

Lembrando que o Ministério da Agricultura “gere a aplicação de fundos comunitários e dotações financeiras no valor de muitos milhares de milhões de euros”, Melo frisou que “a credibilidade dos respetivos titulares tem que estar acima de qualquer suspeita”. “Maioria absoluta não pode ser sinónimo de impunidade. Maioria absoluta não legítima um governo a quebrar consensos de ética mínimos, que são exigíveis a quaisquer representantes políticos do Estado”, afirmou.

“O CDS considera insustentável a manutenção da secretaria de Estado da Agricultura Carla Alves no cargo e consequentemente, pede a respetiva demissão imediata, ou não acontecendo, a intervenção decisiva do Presidente da República.”

O Correio da Manhã noticiou esta quinta-feira que Carla Alves e Américo Pereira têm várias contas arrestadas no âmbito de um processo que envolve o antigo autarca, suspeito dos crimes de corrupção ativa e prevaricação. De acordo com o jornal, Américo Pereira está a ser investigado pela PJ devido a uma discrepância entre os rendimentos declarados e auferidos pelo casal.

Em resposta às perguntas colocadas pelo Correio da Manhã, o Ministério da Agricultura informou que Carla Alves “não é visada em qualquer processo-crime” e que “não há nenhuma questão que coloque em causa a sua nomeação”. “Nenhum processo judicial relativo ao seu marido, Américo Pereira, sugere qualquer tipo de envolvimento. O Ministério da Agricultura entende, por isso, que não há nenhuma questão que coloque em causa a sua nomeação”, disse o Ministério.

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