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Os HIMARS enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia provaram realmente ser um “amigo de confiança” e os resultados estão à vista. Em Makiivka, num ataque perpetrado pelas forças ucranianas, quatro rockets provocaram o caos ao atingirem a Escola Profissional Técnica n.º19, usada pelas forças russas como quartel improvisado.

HIMARS. O “amigo de confiança” americano que está a ajudar a Ucrânia a virar a guerra

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A defesa russa só conseguiu intercetar dois dos seis rockets disparados pelo poderoso sistema de lançamento de foguetes norte-americano na madrugada do dia 1 de janeiro. As imagens divulgadas na imprensa internacional mostram a destruição praticamente total da infraestrutura.

Num vídeo divulgado pela Euromaidan Press é possível ver os bombeiros a avançar no meio dos destroços da escola, na região de Donetsk. Poucas paredes ficaram de pé na sequência do ataque, que levou ao colapso do teto da estrutura.

Este foi um dos golpes mais duros sofridos pelo exército russo às mãos das tropas ucranianas nos dez meses de guerra. No relatório de 2 de janeiro, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) descreve o que se passou em Makiivka como um “ataque devastador”.

Numa rara admissão de baixas, na terça-feira o Ministério de Defesa da Rússia reportou que 63 militares perderam a vida no ataque. Mais ao final do dia, o balanço de vítimas aumentou e a contagem atingiu a marca dos 89 mortos.

Os números divulgados pelas autoridades russas ficam, contudo, muito aquém das estimativas ucranianas. Kiev avançou que o número real de mortos rondaria na verdade os 400. Pode não haver um consenso sobre o número de baixas, mas o que é certo é que a ofensiva ucraniana motivou um coro de críticas às chefias que permitiram um ataque desta dimensão.

Muitos telemóveis ligados e soldados num depósito de munições. Em Makiivka ainda há corpos de russos no meio dos escombros

A versão oficial russa é que havia demasiados telemóveis ligados – contrariamente às indicações das autoridades russas – o que terá permitido ao exército ucraniano detetar a sua presença. A Ucrânia recusa essa tese, que descreveu como “ridícula”.

“Claro que usar telemóveis com geolocalização é um erro. Mas é óbvio que esta versão parece um pouco ridícula”, afirmou esta quarta-feira o porta-voz do grupo oriental das Forças Armadas da Ucrânia. Serhii Cherevatyi indica que foi a Rússia que não conseguiu mobilizar os militares de forma eficaz e em segredo, fator que Kiev aproveitou para detetar o alvo.