Três dos oito feridos que deram entrada esta quinta-feira no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na sequência do incêndio na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, estão com prognóstico reservado, disse à Lusa fonte hospitalar.

“Três adultos receberam tratamento na câmara hiperbárica e agora estão em estado crítico, com prognóstico reservado e ventilados. Uma criança também passou pela câmara hiperbárica e encontra-se estável”, adiantou a fonte.

Em causa, precisou, está a inalação de monóxido de carbono.

“Os outros feridos são ligeiros, mas mantêm-se internados”, disse.

À Rádio Observador, uma fonte do Hospital de Santa Maria precisou que receberam 8 das vítimas de incêndio, com três adultos em prognóstico reservado, que vão ficar internados na unidade de cuidados intensivos, ligados a uma unidade de ventilação.

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A fonte disse ainda que, quando chegaram de madrugada ao hospital, as vítimas tiveram de ser colocadas em câmara hiperbárica, devido a problemas respiratórios, causados pela inalação de fumo. Neste grupo encontravam-se duas crianças, sendo que uma delas também teve de ser colocada na câmara hiperbárica, mas já está estável e fora de perigo.

Fonte do Hospital de São José indicou que a unidade recebeu cinco feridos ligeiros, que entretanto já tiveram alta.

O autarca da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, deslocou-se ao local do incêndio e aproveitou para agradecer aos bombeiros no terreno pelo trabalho. “Tivemos 87 operacionais durante a noite, aqui a trabalhar. Foi uma situação muito difícil, porque este é um edifício muito complicado, com uma parte de escritórios e uma parte residencial e acessos complicados. Tivemos uma situação que exigiu um profissionalismo que é típico, temos dos melhores bombeiros da Europa e são pessoas de uma dedicação incrível e conseguimos resolver a situação.”

Moedas disse ainda que tinha intenção de acompanhar o estado dos feridos críticos, em especial aqueles que se encontram em estado muito grave, e alertou a população para as medidas de emergência, que devem ser cumpridas em situações semelhantes. “As pessoas nunca devem entrar no elevador e, neste caso, 4 pessoas entraram e ficaram lá presas. Foi uma situação muito complexa e deixo o apelo às pessoas: nunca entrem no elevador, só nas escadas.”

Relativamente aos desalojados, o presidente da Câmara garantiu que “ninguém fica sem teto em Lisboa” e que as pessoas podem sempre contar com a ajuda da autarquia.

Num ponto de situação ao início da manhã, a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa disse à Lusa que o incêndio que deflagrou num prédio na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Lisboa, causou três feridos muito graves – um casal e uma menina de 05 anos que estavam no elevador — e três graves.

Margarida Castro Martins precisou que foram assistidas no local 18 pessoas e que 14 foram transportadas para os hospitais de São José e Santa Maria.

O incêndio deflagrou às 02h15 no número 108 da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, na freguesia de São Domingos de Benfica, num edifício misto: de escritórios até ao 5.º andar e de habitação do 6.º ao 10.º, onde residem 21 pessoas.

Segundo Margarida Castro Martins, vai ser feita uma vistoria para avaliação do estado de conservação do edifício.

Às 04h20 o fogo foi dado como extinto.

“O incêndio foi dado como extinto por etapas. É um prédio de 10 andares. O fogo começou no rés-do-chão e propagou-se através das condutas técnicas aos pisos superiores. O problema foi retirar as pessoas, tivemos de as retirar por meios mecânicos, através de autoescadas”, contou o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, Tiago Lopes.

O comandante disse que a origem do incêndio é desconhecida.

No local estiveram 87 operacionais, entre elementos dos Sapadores Bombeiros, Polícia Municipal, Bombeiros Voluntários de Lisboa, Proteção Civil, PSP e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com o apoio de 40 veículos.

Atualizada às 11h30 com as declarações de Carlos Moedas e de uma fonte do Hospital de Santa Maria