Américo Pereira, marido da nova secretária de Estado da Agricultura, falou esta quinta-feira de manhã aos jornalistas para desmentir as “falsidades” que têm vindo público sobre o processo em que está envolvido, que levou ao arresto das contas bancárias em seu nome e da sua mulher, que nada tem a ver com o caso.

O Correio da Manhã noticiou esta quinta-feira que várias contas conjuntas do casal tinham sido arrestadas no âmbito de um processo que envolve o antigo autarca de Vinhais, suspeito dos crimes de corrupção e prevaricação. De acordo com o jornal, Américo Pereira está ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) devido a discrepâncias detetadas entre os rendimentos declarados e auferidos pelo casal.

Nova secretária de Estado da Agricultura tem contas arrestadas

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“O que foi arrestado não foram as contas bancárias, foram os saldos que existiam em março do ano de 2012”, começou por explicar o ex-presidente da câmara, esclarecendo que houve apenas uma conta conjunta que foi arrestada. Relativamente às discrepâncias, Américo Pereira esclareceu que tudo se deveu a um “erro” de contabilidade e que não houve “qualquer entrada ilícita” nas contas. Ficou, no entanto, por explicar a proveniência dos valores não declarados.

“O processo está organizadinho, a defesa está preparada”, afirmou, declarando que, caso a acusação seja proferida, está pronto para se defender. “Este assunto é meu, vou defender-me em altura própria”, disse, reiterando que o caso é apenas seu e que nada tem a ver com a sua mulher, Carla Alves.

CDS-PP pede “demissão imediata” de nova secretária de Estado da Agricultura

“É uma grande injustiça estar a envolver uma senhora que sempre deu provas de competência técnica e intelectual, de grande honestidade, por um assunto que diz respeito ao marido e apenas ao marido”, sublinhou Américo Pereira. “Estou aqui só para dizer que isto é um processo que tem a ver comigo e não tem a ver com ela. É uma injustiça.”

Em resposta às perguntas colocadas pelo Correio da Manhã, o Ministério da Agricultura informou que Carla Alves “não é visada em qualquer processo-crime” e que “não há nenhuma questão que coloque em causa a sua nomeação”. O CDS-PP pediu a “demissão imediata” da secretária de Estado, considerando “insustentável a manutenção da secretaria de Estado da Agricultura Carla Alves no cargo”.