O republicano Kevin McCarthy foi eleito líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, superando resistências nas fileiras do próprio partido. “Estou satisfeito por ter acabado” o processo de votações que, à 15ª ronda, lhe garantiu os 216 votos necessários para a eleição, disse McCarthy aos jornalistas, citado pelo Washington Post, já na madrugada deste sábado.

Depois de quatro dias de votações, McCarthy conseguiu convencer mais de uma dúzia de conservadores, já depois de à 14.ª tentativa, na noite de sexta-feira, ter falhado a eleição por apenas um voto. Desde 1923 que a eleição do líder da Câmara dos Representantes não era tão longa e exigia tantas rondas de votação — aliás, nesse marco histórico, em 1923, o processo não foi além da 9ª ronda de negociações, menos seis rondas que aquelas que foram necessárias para que o líder republicano conseguisse a eleição, aponta o mesmo diário norte-americano.

EUA. Ao quarto dia, Kevin McCarthy continua a falhar eleição mas ganha terreno

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McCarthy teve de ceder a algumas exigências, entre elas o restabelecimento de uma regra de longa data da câmara baixa do Congresso que permite a qualquer membro pedir uma votação para o expulsar do cargo, o que pode fazer do republicano um líder já enfraquecido, não só por ter cedido alguns poderes, mas sobretudo pela constante ameaça de ser afastado pelos detratores.

Eleger um orador é normalmente uma tarefa fácil para um partido que acaba de ganhar o controlo da maioria. Mas não desta vez: cerca de 200 republicanos foram impedidos por outros 20 colegas que afirmavam que Kevin McCarthy não é suficientemente conservador.

O líder da Câmara dos Representantes é a terceira maior autoridade do país, depois do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da vice-Presidente, Kamala Harris, que também preside ao Senado.