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Passaram-se 320 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Esta segunda-feira, dia em que Zelensky falou com António Costa, o ataque do fim de semana a Kramatorsk tem marcado o dia, devido às diferentes versões sobre o que aconteceu. Moscovo fala em 600 mortos ucranianos, Kiev diz que ninguém perdeu a vida.

Kremlin insiste com “confiança absoluta” que morreram 600 ucranianos. Vídeos e imagens de jornalistas em Kramatorsk mostram o contrário

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Nas últimas horas, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, adiantou que as forças de Kiev estão a resistir a “novos ataques ainda mais violentos” em Soledar, cidade perto de Bakhmut que Moscovo tenta conquistar há meses. O Reino Unido está a considerar o envio de tanques Challenger 2 para a Ucrânia pela primeira vez..

Estes são os principais destaques do 320º dia de guerra na Ucrânia:

O que aconteceu durante a tarde e início da noite?

  • O Presidente polaco, Andrzej Duda, reuniu-se com o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, e alguns ministros para discutir questões de segurança. Um dos temas na agenda foi a possibilidade de enviar para a Ucrânia tanques Leopard 2, de fabrico alemão, que a Polónia tem em stock. Segundo o Politico, a Polónia e a França estão a pressionar a Alemanha a enviar tanques de batalha modernos a Kiev.
  • O recém nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Quin Gang, falou com o homólogo russo, Sergei Lavrov. Durante o telefonema, a guerra na Ucrânia foi um dos temas abordados. Os diplomatas trocaram opiniões sobre a “crise ucraniana”.
  • A Rússia continua esforços para capturar Soledar, , na região de Donetsk, indicaram as autoridades ucranianas. A cidade, perto de Bakhmut, tem sido marcada por intensos combates nos últimos meses. “Depois de uma tentativa infrutífera para capturar Soledar e retirar, o inimigo reagrupou, recuperou das baixas e mobilizou unidades adicionais”, revelou a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar.
  • A Comissão Europeia condenou a atribuição de uma medalha ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, por parte do presidente da entidade sérvia da Bósnia-Herzegovina, Milorad Dodik, e alertou para as consequências de associações ao Kremlin.
  • As tropas russas disseram ter tomado uma localidade na região de Donetsk. “Desde 9 de janeiro de 2023, a localidade de Bakhmuts’ke, no território da autoproclamada república de Donetsk, foi libertada pelas Forças Armadas Russas”, confirmaram as autoridades separatistas, citadas pela CNN.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recebeu em Kiev o vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta do clima, Frans Timmermans. O encontro serviu para discutir a situação do sistema de energia na Ucrânia, que tem sido alvo de vários bombardeamentos russos nos últimos meses.
  • Os comissários de direitos humanos da Rússia e Ucrânia vão reunir-se esta semana, possivelmente para discutir futuras trocas de prisioneiros. A comissária russa, Tatiana Moskalkova, divulgou que se vai encontrar com o homólogo ucraniano, Dmytro Lubinets, durante um fórum internacional na Turquia, entre sábado e domingo.
  • Não há uma decisão final, mas o Reino Unido está a considerar a hipótese de fornecer tanques à Ucrânia para ajudar a combater as forças russas. Fontes ouvidas pela Sky News revelaram que há “várias semanas” que os oficiais britânicos discutem o envio dos Challenger 2 do exército britânico. Se tiver luz verde, esta será a primeira vez que um país ocidental providencia à Ucrânia tanques de batalha modernos desde o início da invasão.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que chegou o momento da Suécia garantir o acesso à aliança militar, uma vez que já cumpriu os critérios necessários para que a Turquia aprove a sua entrada. “Já referi que chegou o momento para terminar com o processo de ratificação da Suécia”, sublinhou Stoltenberg em entrevista ao jornal sueco Aftonbladet.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • O Presidente ucraniano escreveu no Twitter que conversou com António Costa. “Falei com o primeiro-ministro de Portugal”, disse Volodymyr Zelensky. “Conversámos sobre cooperação em segurança. Estou grato pela prontidão em fornecer suporte efetivo ao sistema energético da Ucrânia.”
  • Numa entrevista, o primeiro-ministro ucraniano diz que a Rússia criou o maior campo minado do mundo na Ucrânia. A área, segundo as contas de Denys Shmyhal, tem 250 mil quilómetros quadrados, ou seja, quase o tamanho do Reino Unido.
  • “Não sabemos quando a guerra vai acabar, mas é certo que vamos recuperar todas as nossas terras”, disse também Denys Shmyhal, na mesma entrevista à agência de notícias sul-coreana Yonhap.
  • Kramatorsk. Rússia mantém que morreram 600 soldados ucranianos no ataque de retaliação a Makiivka. O problema é que tudo aponta para que os números sejam falsos, o que criou mal-estar entre os bloggers de guerra russos (milbloggers), que falam em “fraude”.
  • Esta segunda-feira, Dmitry Peskov insistiu em manter os números oficiais, que são desmentidos pelos relatos de diversos jornalistas no local.
  • Yevgeny Prigozhin, fundador do Grupo Wagner, quer extrair sal das minas de Bakhmut para ganho pessoal. A fonte é da Casa Branca e é citada no mais recente relatório do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW).
  • A Rússia vai pôr alguns mapas na lista negra, como aqueles que não consideram a Crimeia parte do território nacional. Segundo avançou a TASS, os mapas que contestem a “integridade territorial” oficial da Federação Russa passam a ser considerados materiais extremistas.
  • Pelo menos duas mulheres morreram esta segunda-feira na região de Kharkiv, depois de um ataque com rockets que atingiu o mercado de Shevchenkove.