O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil vai entrar esta terça-feira com um pré-aviso de greve para sete dias, entre 25 e 31 de janeiro. A informação consta de um comunicado do SNPVAC enviado aos sócios ao qual o Observador teve acesso. Os tripulantes aprovaram na assembleia geral de dezembro a realização de pelo menos mais cinco dias de greve até final deste mês, para além da paralisação já realizada nos dias 8 e 9 de dezembro. No entanto, decidiram não o fazer durante o período do Natal e do Ano Novo para não penalizar a diáspora portuguesa e a reunião das famílias.

O pessoal do voo da TAP contesta as propostas feitas pela empresa para a renovação do acordo de empresa que foi suspenso temporariamente durante o período de reestruturação.

De acordo com informação preliminar avançada pela empresa, esta greve custou à TAP oito milhões de euros, o que corresponderá a um custo médio diário de 4 milhões de euros, ainda sem estarem totalmente contabilizados os custos com alojamento de passageiros que ficaram sem voo. Tendo em consideração este valor, a nova paralisação poderá representar uma fatura superior a 20 milhões de euros.

Em dezembro, a transportadora reagendou antecipadamente uma parte dos voos cancelados, tendo também transferido os passageiros para outras companhias de forma a minimizar o impacto da primeira greve que se realizou na TAP após a crise pandémica e quando o transporte aéreo está em plena rota de recuperação para o nível de receitas pré-2019. A transportadora deverá apresentar lucros recorde para o ano de 2023.

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No mês passado, a presidente executiva tinha manifestado uma expetativa positiva da evolução das negociações com o SNPVAC de forma a evitar esta nova greve. Christine Ourmières-Widener referiu ainda que as reservas de voos na TAP estavam a recuperar dos efeitos da greve, mas avisava que janeiro era um mês muito importante porque é quando surgem as campanhas para captar reservas para o verão. Aliás, nos últimos dias, a TAP tem anunciado o reforço de várias rotas intercontinentais nos Estados Unidos e Brasil e Venezuela sobretudo a partir de Lisboa, mas também do Porto.

TAP ainda está a tentar acordo com sindicato que evite novas greves em janeiro

Dias depois destas declarações rebentou o caso publicamente o caso do pagamento de uma indemnização de 500 mil euros pela TAP no quadro de um acordo de rescisão negociado com a administradora Alexandra Reis. O episódio fez aumentar a contestação pública dos sindicados à presidente executiva da TAP, com algumas estruturas sindicais a pedir ou sugerir a sua demissão.