O primeiro-ministro falou esta segunda-feira com o Presidente do Brasil, Lula da Silva, a quem expressou solidariedade e reiterou a condenação dos atos violentos em Brasília, numa conversa em que começaram a preparar a cimeira bilateral de abril.

“Falei hoje com o Presidente Lula da Silva, a quem expressei a nossa solidariedade e reiterei a condenação dos atos violentos e antidemocráticos que ocorreram ontem [domingo] em Brasília”, escreveu António Costa na sua conta na rede social Twitter.

Na mesma mensagem, o líder do executivo português afirma que ele e o chefe de Estado brasileiro estão “focados e empenhados no relançamento da relação entre Portugal e o Brasil“. “Começámos já a trabalhar na próxima Cimeira bilateral, em abril”, acrescentou.

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António Costa recebeu em Lisboa, no passado dia 18 de novembro, Lula da Silva, enquanto presidente eleito do Brasil, depois de este ter regressado da COP27 em Sharm-el-Sheikh, no Egito.

O primeiro-ministro português recebeu então com um prolongado abraço Lula da Silva e, perante os jornalistas, fez com os seus dedos um “L”, símbolo da campanha do presidente eleito do Brasil.

No domingo, através de comunicado, o Governo português condenou a “violência e desordem” em Brasília, após apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem invadido as sedes dos três poderes, e reiterou o seu “apoio inequívoco às autoridades brasileiras”.

“O Governo português condena as ações de violência e desordem que hoje tiveram lugar em Brasília, reiterando o seu apoio inequívoco às autoridades brasileiras na reposição da ordem e da legalidade”, salientou-se no comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Na mesma nota, o executivo português transmitiu a sua “inteira solidariedade à Presidência da República do Brasil, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, cujos edifícios foram violados nas manifestações antidemocráticas que tiveram lugar esta tarde”.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram pelo menos 300 detidos.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.