O Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) do projeto de construção da Linha Rosa do Metro do Porto identifica como uma “vulnerabilidade” a possibilidade de cheias devido ao desvio de condutas, mas com impacto reduzido.

O documento consultado pela Lusa, datado de fevereiro de 2020, aponta a “obstrução temporária da rede de drenagem de águas pluviais e desvio provisório do escoamento, em especial decorrente do projeto do desvio do rio da Vila (com uma intervenção mais expressiva na rede de drenagem pluvial)”.

“Esta situação representa uma vulnerabilidade pela possibilidade de originar cheias localizadas, em situação de precipitação intensa”, pode ler-se no RECAPE.

No entanto, o documento refere que a situação representava “um impacte negativo, temporário, reversível, não sendo certo mas apenas eventual, de reduzida magnitude e pouco significativo”.

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Estes “impactes adicionais” não estavam mencionados na fase de Estudo Prévio, em que “não se referiram impactes sobre linhas de água”, aponta o documento.

O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse naquele dia à Lusa fonte da Proteção Civil local.

O vice-presidente da câmara municipal, Filipe Araújo, destacou que a autarquia não estava preparada para o que se sucedeu na Rua Mouzinho da Silveira, perto da estação de São Bento e da Ribeira, e onde decorrem obras da Metro do Porto, considerando que as obras que estão a decorrer podem ter provocado alguma alteração.

Na sequência das enxurradas, a Metro do Porto pediu um estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre as condições da empreitada da Linha Rosa, que decorre na baixa da cidade.

As obras na totalidade da nova Linha Rosa do Metro do Porto, incluindo nas estações de São Bento, Hospital Santo António, Galiza e Casa da Música, estão previstas para o final de 2024.