O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, desafiou o homólogo norte-americano, Joe Biden, a “acabar com o abandono” da América Latina e das Caraíbas e melhorar a qualidade de vida na região.

“Este é o momento de decidirmos acabar com esse abandono, esse desdém e esse esquecimento da América Latina e das Caraíbas“, disse López Obrador, numa reunião realizada na Cidade do México, na segunda-feira, com o Presidente dos Estados Unidos. Biden “tem na mão a chave” para o desenvolvimento da região, apontou López Obrador.

Na resposta, Joe Biden referiu que Washington gasta anualmente milhares de milhões de dólares em ajuda externa em todo o mundo. “Infelizmente, a nossa responsabilidade não termina no hemisfério ocidental”, sublinhou.

O encontro bilateral serviu para preparar uma cimeira marcada para esta terça-feira, entre Biden, López Obrador e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, na qual os três líderes vão abordar fluxos de migração, comércio e mudanças climáticas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os EUA e o México chegaram a um acordo sobre uma mudança na política migratória, anunciada por Joe Biden na semana passada. De acordo com o plano, os EUA vão enviar, de volta para o México, por mês, 30 mil migrantes ilegais oriundos de Cuba, Nicarágua, Haiti e Venezuela.

Por outro lado, 30 mil pessoas dessas quatro nações que tiverem patrocinadores, verificações de antecedentes criminais e um voo para os EUA vão poder trabalhar legalmente no país por dois anos. Na segunda-feira, antes do início do encontro, López Obrador disse que ia considerar aceitar mais imigrantes do que o anunciado anteriormente.

“Não queremos antecipar as coisas, mas isso faz parte do que vamos falar na cimeira”, disse López Obrador. “Apoiamos este tipo de medidas, para dar opções, alternativas às pessoas“, disse, acrescentando que “os números podem ser aumentados”.

O número de migrantes, que cruzam a fronteira entre os EUA e o México, aumentou durante os primeiros dois anos de mandato de Biden. Mais de 2,38 milhões de pessoas a atravessaram a fronteira de forma ilegal até 30 de setembro, sendo esta a primeira vez que o número ultrapassou dois milhões.