O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, disse esta terça-feira que a população timorense está mais informada e consciente sobre as redes de tráfico humano, o que levou a uma redução na saída de imigrantes.

“Tem havido mais controlo nas saídas, mais policiamento e mais informação e as saídas têm baixado. Os traficantes humanos também estão neutralizados ou sob mira da polícia e os próprios interessados também estão mais conscientes e alerta”, disse o chefe de Estado, em declarações à Lusa.

“Tem havido muita publicidade à volta dos que foram enganados. E muitas dezenas de timorenses vítimas destas redes, já foram repatriados, de Portugal, mas também de outros sítios como Malásia e Dubai”, nos Emirados Árabes Unidos, explicou.

Ramos-Horta confirmou que esse foi um dos assuntos abordados na reunião desta terça-feira do Conselho Superior de Defesa e Segurança (CSDS), onde intervieram responsáveis do setor da segurança em Timor-Leste.

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A questão do tráfico humano assumiu destaque na atualidade depois de vários casos de timorenses enganados com falsas promessas de trabalho em vários países, incluindo Portugal. Centenas de timorenses continuam em situação vulnerável em Portugal e noutros países.

Ramos-Horta disse que as autoridades timorenses têm feito “uma investigação exaustiva” em Timor-Leste, tendo detido várias pessoas e identificado outros – “cidadãos estrangeiros, da Indonésia e da Malásia, por exemplo” – que também estão envolvidos.

A reunião desta terça-feira do CSDS analisou ainda recentes incidentes que têm ocorrido nas últimas semanas em Díli, com casos esporádicos de violência.

Não há nenhuma indicação de que os incidentes que têm ocorrido são de natureza ou política ou organizada. São casos que não têm relação uns com os outros. A polícia e outras agências estão a investigar, mas os dados preliminares indicam isso”, referiu Ramos-Horta.

“Alguns fazem parte de grupos de artes marciais e o que normalmente acontece é que quando há um incidente que envolve um ou dois jovens, e eles se sentem ameaçados, vão pedir ajuda ou proteção ao grupo deles e a situação escala”, explicou o chefe de Estado.

“Isso transforma um caso individual num choque de artes marciais. Mas são incidentes individuais”, disse.