O Presidente sírio, Bashar al-Assad, defendeu esta quinta-feira que a reaproximação em curso entre Damasco e Ancara, sob a égide da Rússia, deve ter como objetivo “o fim da ocupação turca” da Síria.

A-Assad divulgou as declarações em comunicado depois de ter recebido Alexandre Lavrentiev, enviado especial do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre as recentes reuniões entre as autoridades turcas e sírias, depois de uma rutura político-diplomática que durou mais de uma década.

Os chefes da diplomacia dos dois países devem reunir-se em breve, depois de um primeiro encontro entre os dois titulares da pasta da Defesa, a que se juntou o homólogo turco, em dezembro, a primeira reunião desde o início da guerra na Síria, em 2011.

O Presidente sírio considerou que as reuniões tripartidas, para que sejam frutuosas, “devem assentar numa coordenação e planeamento prévios entre a Síria e a Rússia”, tendo objetivo “acabar com a ocupação [turca na Síria] e o apoio ao terrorismo”.

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Esta quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, que se encontra no Ruanda, sublinhou que será realizada, em breve, uma reunião dos chefes da diplomacia dos três países, admitindo-se que possa ocorrer no início de fevereiro.

Em meados de dezembro, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, avançou a possibilidade de poder reunir-se com o homólogo sírio, com quem mantinha boas relações antes de 2011.

Vizinha da Síria, a Turquia é, há mais de uma década, o mais importante apoio político e militar da oposição síria, que inclui movimentos e formações islâmicas, consideradas “terroristas” por Damasco.

Desde 2016, a Turquia lançou três ofensivas militares em solo sírio contra as forças curdas no norte, o que lhe permitiu controlar uma faixa de fronteira do lado sírio, o que Damasco considera como “ocupação”.