A Alsa Todi, empresa de transportes públicos rodoviários no Lote 4 da Carris Metropolitana de Lisboa, garantiu hoje que está a fazer todas as carreiras contratualizadas, mas autarquias e utentes, embora reconheçam melhorias significativas, dizem que ainda há falhas.

“A Alsa Todi faz um balanço muito positivo do transporte público que está a efetuar nos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal”, disse à agência Lusa fonte oficial da empresa.

“O serviço decorre em pleno e respeita o caderno de encargos assinado. Há um aumento gradual no número de utilizadores das nossas linhas“, acrescenta a Alsa Todi, que sublinha o esforço realizado pela empresa na contratação de motoristas e outros profissionais, a par do investimento na “rede de autocarros de última geração”.

A Câmara de Setúbal reconhece que, nas últimas semanas, “tem havido um maior cumprimento por parte do operador face às exigências do caderno de encargos”, adiantando que prosseguem as reuniões técnicas entre o município, a Alsa Todi e a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), empresa pública responsável pela gestão do serviço público de transportes rodoviários da Área Metropolitana de Lisboa (AML), com o objetivo de dar uma resposta cada vez melhor às necessidades dos utentes dos transportes públicos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na Moita, a Câmara Municipal também reconhece que a situação está “normalizada” e adianta que não tem recebido reclamações, com exceção da linha 4701, onde, além de atrasos e supressão de algumas carreiras, a “oferta continua a ser insuficiente para as necessidades dos utentes”.

A Câmara de Palmela também admite que houve “uma melhoria” do desempenho da Alsa Todi neste início de 2023, mas considera que ainda são necessários alguns “acertos no que respeita a paragens, percursos e horários”.

Contactada pela agência Lusa, Ângela Santos, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal afirmou que o serviço da Alsa Todi está “normalizado” na capital do distrito e que a empresa, depois dos problemas que ocorreram nos primeiros meses de atividade, “já está a efetuar todas as carreiras previstas para o concelho de Setúbal”.

No Montijo, Paulo Soares, da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos Rodoviários, também afirma que a Alsa Todi já deu resposta aos principais problemas detetados nos primeiros meses de atividade da empresa.

“Ainda há alguns problemas no transporte público para as zonas rurais, mas acreditamos que a empresa, que já resolveu os maiores problemas que denunciámos, está a trabalhar com a TML para também ultrapassar estas questões”, disse Paulo Soares.

Com uma posição menos otimista, o Movimento Fartos, que luta pela qualidade dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML), considera que “ainda há muitas deficiências no serviço da Alsa Todi”.

“Continuam a verificar-se muitas deficiências na prestação do serviço da Alsa Todi. Os protestos diminuíram porque parece haver algum conformismo das populações”, disse à agência Lusa a porta-voz daquele movimento cívico, Anabela Rocha.

“A reconfiguração da rede de transportes públicos rodoviários não foi a mais adequada. Mais valia terem mantido os horários anteriores e ir ajustando progressivamente”, acrescentou, assegurando que “há vários percursos onde continuam a faltar autocarros”.

Anabela Rocha lamentou também que ainda não sejam conhecidos, na totalidade, o contrato de concessão e os respetivos anexos, nem as sanções a aplicar pela empresa pública Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) à Alsa Todi, devido ao incumprimento dos serviços contratualizados.