João Félix não é propriamente aquela contratação de treinador, ou não fosse Graham Potter muito mais um técnico na essência da palavra do que propriamente o manager como tantas vezes se vê na Premier League. No entanto, não seria também necessária uma varinha mágica para adivinhar o pensamento de Potter, que via na contratação por empréstimo do português a chegada de um feiticeiro capaz de mexer com a difícil vida de um Chelsea que não continua sem sair de forma assumida do meio da tabela. Elogios não faltaram no dia 1 do avançado cedido pelo Atl. Madrid, com essa possibilidade remota de estreia logo no dia seguinte.

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“É um jogador de qualidade, pode fazer a diferença no último terço do terreno. É jovem mas tem muita experiência e isso deu-nos alento. Já o conhecíamos há algum tempo mas estas coisas não acontecem de forma rápida. Talvez as lesões [Sterling e Pulisic] nos tenham alertado mais para a necessidade de reforçar a equipa. Foi bom tê-lo no treino hoje”, tinha apontado o técnico contratado na parte inicial da temporada após um grande trabalho no Brighton para suceder ao campeão europeu Thomas Tuchel.

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“Ele tem estado em treino e tem minutos, por isso do ponto de vista físico pode jogar já. Mudar de país é sempre um salto no desconhecido, quanto tempo demora a adaptação varia de jogador para jogador. Vejo um jogador confiante e que pode deixar a sua marca. Pode pegar na bola, segurá-la em pouco espaço, fazer assistências. Estou entusiasmado por poder trabalhar com ele. Mas temos de melhorar toda a equipa, não é apenas uma pessoa que vai fazer toda a diferença”, acrescentou ainda o número 1 dos blues.

Por norma, uma só pessoa não faz toda essa diferença. Ao longo de pouco mais de 60 minutos, João Félix, opção logo como titular ao lado de Havertz na frente no regresso do Chelsea a um esquema com três defesas com Azpilicueta e Hall a fazerem as alas, tentou fazê-la. Tocou 40 vezes na bola, ganhou seis duelos diretos, tentou seis remates (quatro enquadrados), sofreu quatro faltas, criou uma ocasião de golo. No entanto, uma entrada despropositada à perna de Kenny Tete com a sola valeu um cartão vermelho direto na estreia aos 58′ e abriu caminho a nova derrota frente ao Fulham com o 2-1 decisivo marcado por outro antigo avançado do Benfica, Carlos Vinícius. Em relação ao português, o castigo deverá ser agora de dois/três jogos.

Antes, Willian tinha inaugurado o marcador no dérbi londrino com o 1-0 que se registava ao intervalo (25′) mas Koulibaly fez o empate no arranque do segundo tempo (47′). Sem Mitrovic, o homem golo da equipa, Marco Silva veria o Fulham chegar ao triunfo já com mais uma unidade em campo num cabeceamento de Carlos Vinícius após saída em falso de Kepa (73′), que não só colocou o conjunto onde João Palhinha voltou a ser titular na sexta posição da Premier League como permitiu ainda o quarto triunfo consecutivo na competição, algo que já não acontecia para os lados de Craven Cottage desde o longínquo ano de 1966.