Uma antiga deputada afegã foi morta a tiro na sua própria casa, em Cabul, naquela que é a primeira morte de um ex-deputado desde que os talibã regressaram ao poder, no verão de 2021.

O anúncio foi feito pela polícia da capital, que confirmou que Mursal Nabizada e um dos seus guarda-costas foram mortos a tiro às três da manhã (hora local) da madrugada de domingo, e que o irmão da antiga deputada ficou ferido durante o ataque.

“As forças de segurança iniciaram uma investigação séria ao incidente”, garantiu o porta-voz da força policial de Cabul, Khalid Zadran.

Mursal Nabizada foi eleita deputada pela região de Cabul em 2019 e manteve-se no cargo até à tomada do poder pelos talibã. De acordo com a Al-Jazeera, era membro da Comissão Parlamentar de Defesa e trabalhava também para uma Organização Não-Governamental, o Instituto para o Desenvolvimento de Recursos Humanos e Investigação.

Nabizada foi uma das poucas deputadas do país a manter-se no Afeganistão após a chegada dos talibã a Cabul. A colega Mariam Solaimankhil definiu Mursal como uma “verdadeira pioneira” e uma mulher que “defendia aquilo em que acreditava, mesmo perante o perigo”.

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Também a eurodeputada alemã Hannah Neumann reagiu à notícia da morte da afegã. “Ela foi morta na escuridão, mas os talibã construem o seu sistema de apartheid de género em plena luz do dia”, afirmou.

Desde que os talibã tomaram o poder no Afeganistão que a violência e insegurança têm aumentado. Há registo de vários atentados que provocaram dezenas de mortes. O atentado mais recente ocorreu na semana passada, perto do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, e matou cinco pessoas.