O BCE deverá voltar a subir as taxas de juro em meio ponto percentual (50 pontos-base) na próxima reunião do Conselho no início de fevereiro – mas depois, na reunião seguinte, o ritmo de subidas deverá abrandar para metade. Essa é a convicção de fontes internas da autoridade monetária que falaram, esta terça-feira, com a agência Bloomberg.

A confirmar-se esta expectativa, trata-se de um ritmo de subida dos juros mais lento do que Christine Lagarde anteviu em dezembro, quando admitiu que poderia haver vários aumentos de 50 pontos-base nos primeiros meses de 2023. Mas os sinais de que as pressões inflacionistas poderão estar a atenuar-se, a par dos receios que existem sobre o impacto da subida rápida dos juros na atividade económica, poderão estar a levar o BCE a admitir um aperto monetário menos brusco.

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A notícia fez a cotação do euro perder algum do ímpeto positivo recente, em relação ao dólar. A moeda única passou a ser negociada abaixo dos 1,081 dólares, depois de estar a cotar próxima dos 1,087 minutos antes da publicação da notícia.

Cotação do euro penalizada pela notícia de que o BCE estará a prever um aumento menos brusco dos juros a partir de março. FONTE: TradingEconomics

Já as taxas de juro dos países mais endividados da zona euro caíram, após a notícia. Os juros a 10 anos da dívida italiana negociada nos mercados de obrigações estão a baixar 13 pontos para 3,88% e os custos de financiamento (potenciais) de Portugal estão a diminuir 11 pontos para 2,98% – negociando abaixo de 3% pela primeira vez desde 15 de dezembro.

Juros de Portugal a 10 anos negoceiam abaixo de 3% pela primeira vez desde 15 de dezembro. FONTE: TradingEconomics