A mostra anual de arte participativa “Isto é PARTIS & Art for Change” regressa à Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no final deste mês, com a apresentação de projetos apoiados por aquela entidade e pela espanhola “la Caixa”.

“De 26 a 29 de janeiro, haverá espetáculos, conversas, documentários, visitas e uma exposição para descobrir projetos de arte participativa apoiados pelas fundações Gulbenkian e ‘la Caixa’. Tudo com entrada gratuita”, refere a Fundação Calouste Gulbenkian, num comunicado enviado esta terça-feira à agência Lusa.

A mostra “Isto é PARTIS & Art for Change 2023”, que decorre na sede da fundação, começa no dia 26 com o espetáculo “Entreaberto”, que “vai revelar um pouco do processo criativo do projeto de dança inclusiva Lab inDança, dirigido por Clara Andermatt”.

No mesmo dia, é inaugurada a exposição “Saco da Baixa”, que “apresenta o trabalho desenvolvido com artistas convidados e um grupo de mulheres habitantes do centro histórico de Coimbra”, patente durante os quatro dias da mostra.

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O programa de dia 27 é dedicado, maioritariamente, à conferência “Cultura e Participação — caminhos para uma arte mais plural”, que a fundação descreve como “um espaço para refletir e discutir a diversidade na participação cultural, passando pelo tema da saúde mental e da neurodiversidade e contando com as experiências de convidados internacionais como Nicolás Barbieri (Espanha), os projetos Project Art Works (Reino Unido) e Companhia Danza Vinculados (Espanha) e os exemplos nacionais Manicómio e Cem Palcos entre outros”.

Ainda no dia 27, será exibido o registo em vídeo do espetáculo “A minha história não é igual à tua”, uma criação da coreógrafa e bailaria Olga Roriz com um grupo de reclusos do Estabelecimento Prisional do Linhó, no âmbito do projeto Corpo em Cadeia. O espetáculo foi apresentado em junho do ano passado no Grande Auditório da Gulbenkian.

O terceiro dia do encontro, 28 de janeiro, inclui a conversa “Das estufas de cultura intensiva aos muros de uma prisão”, que junta os projetos Bowing e Corpo em Cadeia “para discutir a solidão em comunidades periféricas no contexto das artes participativas”, a exibição do documentário “Bowing — O ano da curva”, o encontro/performance “Dueto”, “um dispositivo de jogo e performance para participação do público, desenvolvido no âmbito do projeto “Fazer Presente”, e o espetáculo de teatro “Mentes que sentem”, criado no âmbito do projeto SenteMente — práticas artísticas sobre o bem-estar e saúde mental em mulheres, promovido pela Companhia Chão de Oliva.

O programa do quarto e último dia do encontro “PARTIS & Art for Change”, 29 de janeiro, começa com visitas ao espaço Manicómio, na zona do Beato, continua com “uma conversa sobre práticas artísticas e idadismo, que inclui a apresentação do documentário sobre o espetáculo ‘Transantlântico’, uma criação de Ricardo Neves Neves com a Companhia Maior”, inclui mais uma apresentação de “Dueto”, e termina com o espetáculo de dança “Tuntunhi”, dirigido por Filipa Francisco, fruto da segunda fase do projeto Corre-Mundos — Transformação Comunitária pela Art’Inclusiva.

A Fundação Calouste Gulbenkian apoia, desde 2013, projetos de intervenção social pelas artes através do programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social. A iniciativa Art for Change, da “la Caixa”, existe desde 2008 em Espanha e foi criada “com o objetivo de apoiar projetos artísticos que promovessem a transformação social”.

Em 2020, as duas fundações juntaram-se e criaram a PARTIS & Art for a Change, que na 1.ª edição (2021-2023) apoiou 16 projetos artísticos, com 1,5 milhões de euros, escolhidos entre 132 candidaturas.

Na 2.ª edição (2022-2025), estão também a ser apoiados 16 projetos artísticos, com um milhão de euros.