As empresas portuguesas que beneficiaram do programa de fundos europeus COMPETE registaram um crescimento de 15,7% no emprego e 3,6 pontos percentuais na intensidade exportadora ao fim de três anos, segundo um estudo divulgado pelo Banco de Portugal.

A conclusão faz parte do estudo “Fundos europeus e desempenho das empresas portuguesas”, que integra a “Revista de Estudos Económicos”, publicada esta quinta-feira e cujas opiniões não vinculam o BdP, das economistas desta instituição Sónia Cabral e Maria Manuel Campos.

Segundo o estudo, os fundos europeus contribuíram para a criação de emprego, a expansão da capacidade produtiva e a internacionalização das empresas portuguesas beneficiárias.

Os impactos são particularmente evidentes – em termos de magnitude e persistência – para o emprego e a intensidade exportadora: três anos após a decisão de atribuição de financiamento, o emprego é 15,7% mais elevado e a intensidade exportadora é maior em 3,6 pontos percentuais”, pode ler-se.

Segundo as autoras, verifica-se assim “que, após uma candidatura bem-sucedida, o emprego, o volume de negócios e o VAB [Valor Acrescentado Bruto] são mais elevados do que em empresas sem projetos apoiados”, dando, contudo, nota de que não é possível distinguir o efeito do financiamento ‘per se’ daquele que decorre da seleção dos melhores projetos.

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As economistas analisam os projetos candidatos ao programa de fundos europeus COMPETE, no âmbito do quadro comunitário para 2007-2013, para compreender como se reflete no desempenho das empresas entre 2006 e 2009.

As conclusões apontam para que a maioria dos impactos perdurem durante vários anos, excetuando no caso do capital, cujos efeitos começam a diminuir três anos depois da decisão de benefício do programa.

Os resultados sugerem que ter pelo menos um projeto financiado ao abrigo do COMPETE tem um efeito positivo e persistente no desempenho das empresas“, sustentam.

Relativamente ao impacto sobre a produtividade do trabalho consideram que, “embora positivo, é relativamente pequeno”.

No global, “os efeitos identificados são persistentes, vigorando, na maioria dos casos, entre cinco e sete anos após a decisão sobre o financiamento”, apontam.