A porta-voz do PAN lamentou que Pedro Nuno Santos não tenha feito mais cedo o “escrutínio” sobre a indemnização de Alexandra Reis, mas saudou a sua “assunção de responsabilidades”, esperando que seja replicada por Fernando Medina.
Num vídeo enviado às redações, Inês de Sousa Real lamentou que o escrutínio feito agora pelo ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não tenha sido feito quando o caso da indemnização de Alexandra Reis se tornou “do conhecimento público”.
Para a porta-voz do PAN, “houve uma delonga em todo este processo que, de alguma forma, é incompreensível” e que devia ter sido evitada, tendo em conta que a TAP é uma empresa em que foi injetado “muito dinheiro público que faz falta para serviços e bens essenciais para o país”.
Apesar desta constatação, Inês de Sousa Real elogiou a postura de Pedro Nuno Santos, considerando que “não deixa de ser positivo – e é um exemplo raro em política – que haja de facto uma assunção de responsabilidades públicas e políticas”.
“Esperamos é que este exemplo seja replicado pelo ministério das Finanças, pois não podemos esquecer que a TAP tem uma dupla tutela – das Infraestruturas, mas também das Finanças – e certamente que, se foi dado conhecimento [da indemnização de Alexandra Reis] às Infraestruturas e à Habitação, muito nos espanta que não tenha sido dado conhecimento ao ministério das Finanças”, sublinhou.
O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou na sexta-feira que deu “anuência política” para a saída da TAP de Alexandra Reis, acrescentando que foi informado “do valor final do acordo” entre as partes.
Num esclarecimento público, Pedro Nuno Santos explicou que, desde a sua demissão, em 28 de dezembro, reconstruiu a fita do tempo sobre a polémica saída da ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis da companhia aérea portuguesa, admitindo que sabia que a indemnização paga tinha sido de 500 mil euros.
“A importância de reconstruir esta fita do tempo foi reforçada com a audição da CEO da TAP no Parlamento e a explícita referência a uma anuência escrita por parte do secretário de Estado [das Infraestruturas], Hugo Mendes”, realçou o ex-ministro. “Da análise complementar à comunicação informal, há efetivamente uma anuência política escrita por parte do secretário de Estado à CEO da TAP”, adiantou o socialista.