O Peru fechou a atração turística de Machu Picchu, uma cidadela inca, devido à crise que assola o país desde dezembro, anunciou este sábado o Governo.

Em comunicado, o Ministério da Cultura justifica o encerramento dos trilhos incas e da cidadela, construída no século XV, com “a situação social” e para “preservar a integridade dos visitantes“. A via férrea, meio de chegar ao local, está cortada há vários dias devido a danos provocados por manifestantes.

Pelo menos 400 turistas, incluindo 300 estrangeiros, estão retidos perto da atração turística, em Aguas Calientes. Na madrugada de sábado para domingo, o ministério do Comércio Externo e do Turismo adianta que 418 visitantes, domésticos e internacionais, foram deslocados para Cuzco, cidade a cerca de cem quilómetros da atração turística.

Outros decidiram, em alternativa, caminhar várias horas até Piscacucho, aldeia mais próxima de Machu Picchu ligada à rede viária.

Contactada pelo Observador, fonte oficial secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas declara não ter informação de nenhum cidadão português retido no local. A crise política que rebentou com o afastamento do presidente em dezembro, levou o país a fechar as fronteiras deixando milhares de turistas deslocados, entre os quais alguns portugueses.

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As forças policiais entraram à força na universidade de Lima este sábado derrubando os portões com veículo blindado e disparando gás lacrimogênio contra os manifestantes. Foram detidos mais de 200 manifestantes que vieram à capital protestar contra o Governo provisório de Dina Boluarte.

O Peru tem assistido desde dezembro a violentos protestos depois de a Presidente Dina Boluarte (ex-vice-Presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição pelo Congresso do então Presidente, Pedro Castillo, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão.

Os protestos já provocaram pelo menos 59 mortos e centenas de feridos desde 7 de dezembro.