O Peru fechou a atração turística de Machu Picchu, uma cidadela inca, devido à crise que assola o país desde dezembro, anunciou este sábado o Governo.
Em comunicado, o Ministério da Cultura justifica o encerramento dos trilhos incas e da cidadela, construída no século XV, com “a situação social” e para “preservar a integridade dos visitantes“. A via férrea, meio de chegar ao local, está cortada há vários dias devido a danos provocados por manifestantes.
Pelo menos 400 turistas, incluindo 300 estrangeiros, estão retidos perto da atração turística, em Aguas Calientes. Na madrugada de sábado para domingo, o ministério do Comércio Externo e do Turismo adianta que 418 visitantes, domésticos e internacionais, foram deslocados para Cuzco, cidade a cerca de cem quilómetros da atração turística.
Gracias al trabajo coordinado entre todos los integrantes de la Red de Protección al Turista, esta tarde se logró el traslado de 418 visitantes nacionales y extranjeros, desde Machupicchu pueblo hasta la capital del Cusco. (1/2) pic.twitter.com/cpHHNNyecx
— MINCETUR ???????? (@MINCETUR) January 22, 2023
Outros decidiram, em alternativa, caminhar várias horas até Piscacucho, aldeia mais próxima de Machu Picchu ligada à rede viária.
Contactada pelo Observador, fonte oficial secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas declara não ter informação de nenhum cidadão português retido no local. A crise política que rebentou com o afastamento do presidente em dezembro, levou o país a fechar as fronteiras deixando milhares de turistas deslocados, entre os quais alguns portugueses.
Jovens portugueses retidos no Peru já fizeram check-in para o voo de regresso
As forças policiais entraram à força na universidade de Lima este sábado derrubando os portões com veículo blindado e disparando gás lacrimogênio contra os manifestantes. Foram detidos mais de 200 manifestantes que vieram à capital protestar contra o Governo provisório de Dina Boluarte.
O Peru tem assistido desde dezembro a violentos protestos depois de a Presidente Dina Boluarte (ex-vice-Presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição pelo Congresso do então Presidente, Pedro Castillo, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão.
Os protestos já provocaram pelo menos 59 mortos e centenas de feridos desde 7 de dezembro.