Nuno Santos pode ser o elemento mais regular ao longo de uma temporada aquém das expetativas, Coates surge sempre como o patrão que lidera a equipa, mas há dois jogadores acima de todos os outros no futebol do Sporting. Pelo que faz e quando faz, Pedro Porro. Como faz e onde faz, Pedro Gonçalves. Mais uma vez, num encontro frente a um Vizela que mostrou em campo aquilo que a classificação diz da equipa, foi a dupla que conseguiu desfazer o nó que começava a ficar difícil de não ficar entrelaçado, com assistência do lateral espanhol de primeira para o remate na passada do internacional português na área. Se antes os leões já tinham falhado oportunidades que em 60% das ocasiões resultam em golo, Pote voltou a não perdoar.

Sporting dormiu uma Morita a mais e acordou fora de horas de sono Tanlongo (a crónica do Sporting-Vizela)

Em meia temporada em que jogou mais vezes do que é habitual no meio-campo e não na frente fruto das necessidades (e lacunas) da equipa verde e branca, o médio ofensivo chegou já aos 11 golos (além das quatro assistências), nove apenas no Campeonato que o colocam como terceiro melhor marcador com o mesmo registo de Fran Navarro e apenas atrás de Gonçalo Ramos (11) e Taremi (dez). Nos três encontros em que defrontou o Vizela, marcou sempre e leva quatro golos. No entanto, e depois do empate do conjunto agora orientado por Tulipa num lance muito contestado pelos leões, foi Pedro Porro que confirmou a tradição 100% vitoriosa do Sporting com o Vizela, convertendo um penálti nos descontos que quebrou a série de dois jogos sem vitórias na Primeira Liga numa espécie de mal menor no fim da primeira volta.

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Mesmo ganhando ao cair do pano, e prolongando para seis o número de triunfos consecutivos em casa, os leões não fugiram a uma primeira volta dececionante. Aliás, basta comparar com as duas épocas anteriores com Rúben Amorim de início: em 2020/21, 45 pontos e nenhuma derrota; em 2021/22, 44 pontos e uma derrota; em 2022/23, apenas 32 pontos e já cinco derrotas. No entanto, Porro continua a assumir-se como grande figura do conjunto verde e branco, voltando a marcar e assistir no mesmo encontro (quinta vez desde que chegou ao clube) e conseguindo chegar às dez assistências em apenas 24 jogos em 2022/23, tantas como tinha feito nas duas épocas anteriores mas em três vezes mais partidas realizadas (72).

Numa fase em que continua a ser falado como possibilidade para o Tottenham, que em duas abordagens só com dinheiro e com dinheiro mais a percentagem do passe de Marcus Edwards não convenceu a SAD verde e branca a ceder abaixo da cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, o lateral destacou a importância dos três pontos mas recusou falar sobre o futuro. “Não foi dos nossos melhores jogos mas conseguimos a vitória e isso é que é importante. Balanço da primeira volta? Temos de aprender com os erros, corrigir o que temos feito mal e alimentar o que temos feito bem”, comentou à SportTV, numa análise que seria depois partilhada por Rúben Amorim. “Ficar no Sporting? Não falo do mercado, nem em ficar, nem para ir embora. Quis entrar no Sporting e sou feliz aqui”, destacou ainda o internacional espanhol.

“O que se passou tem tudo a ver com o momento e já o sabíamos. Tem sido difícil às vezes quando não abrimos o marcador logo no início, torna-se complicado. Falhámos outra vez vários golos na cara do guarda-redes e depois vai acumulando o nervosismo, sente-se no estádio e os jogadores também. Na segunda parte fomos melhores a parar as transições do Vizela também porque eles já estavam mais cansados, chegámos à vantagem e depois sofremos o empate num lance em que adormecemos e temos de estar sempre vivos no jogo, sempre alerta. Quando estamos assim, qualquer coisa pode dar golo e aconteceu. Fomos para cima do adversário, marcámos, foi justo mas o jogo podia ter sido diferente se temos marcado no início, nas primeiras ocasiões”, começou por comentar Rúben Amorim na flash interview da SportTV.

“É um balanço de primeira volta difícil de fazer, obviamente que não é muito bom mas há coisa boas, há jogadores jovens a surgir, sabemos onde errámos. Tivemos boas exibições contra equipas fortes e isso é um sinal que conseguimos fazer melhor em todas as jornadas mas temos de melhorar a eficácia e não sofrer golos, que hoje voltámos a sofrer. É uma equipa jovem, com talento, que tem de melhorar, que não está no lugar que devia estar mas o futebol é mesmo assim, há épocas assim”, resumiu ainda sobre as 17 jornadas iniciais do Campeonato, abaixo do que tinham sido as outras temporadas em Alvalade.

“O Tanlongo tem trabalhado bem, temos de colocar os jogadores porque o Manu [Ugarte] sentiu o cansaço, gostei dele. Muito enérgico, muito inteligente a ler o jogo, obviamente que foi uma estreia e vai melhorar muito mas cada vez gosto mais dele, pela forma como trabalha e lê o jogo. Isso é muito importante na posição dele, faz parte do crescimento de todos os jogadores. Tem 19 anos, está aí para as curvas e vai melhorar”, concluiu ainda sobre a estreia do jovem argentino, único reforço de janeiro até ao momento.