O espanhol Abanca, que em 2019 comprou as operações bancárias do Deutsche Bank em Portugal, garante não ter “no curto prazo” qualquer intenção de comprar mais bancos no país – dando a entender que a operação de compra do EuroBic poderá não ser concluída em breve. O presidente do banco não esconde a ambição de “continuar a crescer em Portugal” – país que “do ponto de vista macroeconómico tem muito boas perspetivas, melhores até do que as de Espanha”.

O grupo galego, como um todo, fechou o ano com lucros de 217 milhões de euros, mais 41% do que no ano anterior. O banco não revelou a contribuição da operação portuguesa para os lucros – o Observador questionou fonte oficial mas não foram prestados mais esclarecimentos.

Questionado na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais sobre se poderia estar interessado, por exemplo, numa compra do Novo Banco, Juan Carlos Escotet Rodríguez, o presidente do conselho de administração, afirmou que “Portugal continua a ser um mercado estratégico e temos apetite por continuar a crescer em Portugal“. “Mas não podemos dizer que tenhamos qualquer operação em carteira”, afirmou Escotet, reconhecendo que “o crescimento em Portugal é especialmente relevante para nós e, do ponto de vista macroeconómico, Portugal tem muito boas perspetivas, melhores até do que as de Espanha”.

Depois de em 2020 o Abanca comprar o Banco Caixa Geral em Espanha, comprou as operações do Novo Banco no país-vizinho no final de 2021. Em Portugal, onde tem 72 sucursais, o Abanca aumentou em 97% o crédito a particulares ao longo do último ano. O crédito a empresas aumentou 12,9% no mesmo período.

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O banco estará a negociar a compra do EuroBic, banco controlado por Isabel dos Santos, uma operação que foi autorizada pela Procuradoria-Geral da República angolana mas ainda não se concretizou. O Observador também não obteve, para já, esclarecimento por parte do Abanca sobre se o banco continua a negociar a compra do EuroBic, que já falhou uma vez mas voltou a estar em cima da mesa.

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