O Turismo do Porto e Norte alarga, segunda-feira, a mais 15 entidades da região a sua rede de Turismo Industrial, passando assim a incluir mais de 100 pontos de visita nessa oferta de museus, fábricas e outros equipamentos.

Os protocolos de adesão à rede serão assinados na Oliva Creative Factory, em São João da Madeira, no decurso do congresso da ERIH — Rede Europeia de Turismo Industrial, que contará com várias instituições ligadas à defesa e divulgação do património e história da indústria.

Alexandra Alves é a representante nacional da ERIH e, em declarações à Lusa, adianta que o evento vai analisar os novos desafios que se colocam à salvaguarda do Turismo Industrial, procurando envolver os profissionais da área num “diálogo aberto sobre processos de atualização em linguagem, programação, ferramentas, mediação, novas tecnologias e mesmo a própria definição dos circuitos de visita do património industrial português, inclusive em contexto real de laboração”.

São precisamente exemplos de indústria viva, aberta a receber visitantes em plena atividade, as novas entidades que aderem à rede: em São João da Madeira, a fábrica de colchões Sleep8; em Ponte de Lima, o Museu do Brinquedo Português; em Braga, o Elevador do Bom Jesus; em Gondomar, o Museu Municipal da Filigrana e o Museu Mineiro de São Pedro da Cova; em Freixo de Espada à Cinta, o Museu da Seda e do Território; em Marco de Canavezes, o Museu da Pedra e a fábrica de biscoitos Duriense; no Porto, a ourivesaria Alcino Silversmith, a Cerveja Nortada, a Loja Claus, a gráfica Peninsular e os museus do Carro Elétrico, dos Transportes e Comunicações, e do ISEP — Instituto Superior de Engenharia do Porto.

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Luís Pedro Martins, presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), afirma que, com as 15 novas adesões, essa região turística “destaca-se claramente no país como o território que detém mais projetos de Turismo Industrial devidamente chancelados no âmbito da estratégia nacional”.

Em termos práticos, a rede passa assim a integrar “mais de 100 projetos, o que representa mais de 50% da oferta de todo o território português”.

Essa dimensão confirma, por sua vez, o “enorme potencial da região para se afirmar como destino por excelência do Turismo Industrial”, sobretudo considerando que o turista atual “privilegia, de forma mais assertiva, experiências autênticas e descobertas originais”.

“Presenciar o processo de fabrico de um determinado produto, descortinar o seu modo de funcionamento e experienciar o trabalho final revelam-se componentes fundamentais do Turismo Industrial, proporcionando ao turista vivências únicas no âmbito de uma feliz conjugação de conhecimento e emoção“, defende Luís Pedro Martins.

O responsável da ATP não revela o nível de investimento necessário para adaptar as instalações dos membros recém-chegados aos novos formatos de visitação, mas adianta que, tratando-se de “um trabalho contínuo com grande dinamismo” e de uma aposta de valorização estratégica até 2027, o alargamento da rede resultará em “proeminentes investimentos, visando a qualificação da oferta e a potenciação de um plano de comunicação e marketing para o segmento”.

Isso começará por implicar “a conjugação de sinergias conducentes a serviços de qualidade transversais a toda a oferta de Turismo Industrial, com base em regras e recomendações que consubstanciem padrões de qualidade e contemplem diversos parâmetros, como higiene, segurança, confiança, sustentabilidade e acessibilidade” — sempre com vista ao “desenvolvimento de programas passíveis de promoção e venda junto de turistas nacionais e internacionais”.