O diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Faro revelou este sábado que tem sido detetado “um grande aumento” de embarcações de alta velocidade na costa sul de Portugal, admitindo a possibilidade de aguardarem por uma oportunidade para descarregarem estupefacientes.

“Temos notado um grande aumento deste tipo de lanchas [semirrígidas] a determinadas milhas aqui da costa [no Algarve], funcionando quase como que um entreposto à espera da oportunidade para os descarregamentos [de droga]”, disse aos jornalistas Fernando Jordão.

A revelação foi feita pelo diretor da PJ de Faro durante uma conferência de imprensa no Cais Comercial de Faro, na sequência da operação que permitiu apreender 4,5 toneladas de haxixe a bordo de duas embarcações de alta velocidade e deter cinco homens em água internacionais.

A operação conjunta da Marinha, PJ e Autoridade Marítima Nacional foi desencadeada por uma missão aérea de rotina de patrulhamento marítimo da Força Aérea, depois de os militares “monitorizarem movimentos suspeitos” de duas embarcações a cerca de 60 milhas náuticas [cerca de 111 quilómetros] a sul de Portugal.

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As embarcações semirrígidas e equipadas com motores de elevada potência, com 127 fardos de haxixe a bordo, foram intercetadas por fuzileiros da Marinha Portuguesa.

Segundo Fernando Jordão, os detidos com idades entre os 36 e 49 anos, têm nacionalidade marroquina (três), espanhola (um) e portuguesa (um), “e estarão certamente envolvidos ao nível do transporte da droga para Portugal ou Espanha, conforme a oportunidade”.

“A oportunidade é que indica os locais onde fazem os descarregamentos e o indício que temos é que é bem possível que a droga tivesse como destino Portugal”, apontou.

O responsável adiantou que a polícia vai continuar a desenvolver diligências ao nível da cooperação internacional para verificar se os detidos “estão referenciados” por outras entidades e fazer o cruzamento com outras investigações da PJ de grupos que se dedicam ao transporte de droga oriunda do norte de África.

Por seu turno, o Comandante da Zona Marítima do Sul, Rui Santos Pereira, precisou aos jornalistas que as duas embarcações foram intercetadas pelos fuzileiros por volta das 15h00, sem que os tripulantes tivessem oferecido resistência.

“Detetámos as duas embarcações paradas, mas uma ainda tentou pôr-se em fuga, mas acabou por não o conseguir”, notou aquele capitão-de-mar-e-guerra.

Já o porta-voz da Força Aérea Portuguesa, coronel Bernardo da Costa, realçou o sucesso da operação, escudando-se, contudo, “no sigilo das operações militares” para adiantar pormenores acerca da atuação daquela força militar.

“As nossas tripulações, bem preparadas, muito experientes, merecem claramente que reconheçam o trabalho que fazem, mas eles percebem melhor do que ninguém que o sigilo da operação permite-nos continuar a fazer este tipo de missões com este resultado”, referiu.