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Os Estados Unidos comprometeram-se a enviar pela primeira vez tanques de batalha Abrams para a Ucrânia na sua versão mais avançada, a configuração M1A2. No entanto, os 31 carros de combate que vão chegar a Kiev serão modificados e não deverão incluir a blindagem “secreta” que torna este modelo tão letal, revelaram ao Politico fontes familiares com o assunto.

Segundo o jornal norte-americano, a política federal proíbe a exportação de Abrams que incluam determinadas armaduras com componentes confidenciais, ao serviço do exército dos EUA. No caso deste modelo de tanques, a blindagem inclui nomeadamente urânio empobrecido, indicou uma das fontes.

Antes da venda dos tanques para outros países, as autoridades norte-americanos modificam os tanques, retirando a blindagem usada pelas tropas nacionais. O mesmo deverá acontecer com o fornecimento destinado à Ucrânia. Ao Politico, as fontes referem que Washington possui outros pacotes de armadura que podem ser fornecidos aos clientes estrangeiros.

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Em vez de enviar para a Ucrânia tanques dos seus próprios stocks – como já fizeram com outros armamentos – os EUA disseram que vão comprar os Abrams diretamente à indústria militar. Ainda não foi definido um prazo para a chegada, mas este é um dos fatores que deverá atrasar a chegada do armamento.

As autoridades norte-americanas já admitiram que vai demorar “vários meses” até que os Abrams cheguem ao território ucraniano. Para já, os EUA vão apostar no treino das tropas de Kiev num equipamento que descrevem como complexo e de difícil manutenção – este foi inclusivamente um dos argumentos apresentados por Washington para justificar a recusa inicial em entregar deste modelo, uma vez que tanques como os Leopard-2 alemães são mais fáceis de manobrar.

Os Abrams representam um upgrade significativo dos tanques de era soviética que a Ucrânia tem atualmente ao seu dispor. Durante praticamente onze meses de guerra os tanques soviéticos, como os T-16, foram os únicos modelos que os países ocidentais se disponibilizaram a fornecer.

A mudança de atitude começou com um primeiro passo da França, que anunciou o envio dos tanques ligeiros AMX-10 RC, seguida da decisão do Reino Unido em ceder os Challenger-2. A pressão começou a concentrar-se na Alemanha, com vários países a comprometerem-se a enviar tanques Leopard-2 alemães, exportação que dependia da autorização de Berlim.

É oficial. Alemanha autoriza envio de 14 tanques Leopard-2 para a Ucrânia

Esta semana a Alemanha quebrou o impasse e anunciou a entrega de 14 Leopard-2. Desde então vários países se disponibilizaram para enviar os modelos que possuem em stock. No total, segundo o embaixador ucraniano em França, são já 321 os tanques prometidos pelos aliados.