O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reafirmou as críticas a João Galamba, ministro das Infraestruturas que em janeiro passou a ser o titular da pasta com o dossiê da TAP, depois de dizer que o ministro abandonou uma reunião na sexta-feira com a estrutura de representação dos pilotos.
Tiago Faria Lopes, presidente da estrutura sindical, em declarações à CNN Portugal, reforçou o desagrado com o que diz ter sido o abandono da reunião por parte de Galamba. Para o sindicato, o ministro “não pode ter esse tipo de comportamento”, dizendo que foi, por isso, “um mau dia”.
“Não sei se estava com pressa mas não pode acontecer”, classificando-a como “uma postura estranha para connosco”, recusando fazer comparações com o que aconteceu com o sindicato de tripulantes que teve também uma reunião com João Galamba antes da assembleia-geral que discutiu a proposta da TAP para um acordo. Não foi nessa reunião que a greve foi desconvocada. Foi preciso uma outra proposta e uma outra reunião para que a greve de sete dias dos tripulantes fosse desconvocada.
“Não vou comparar com colegas”, declarou Tiago Faria Lopes, que lamentou a “postura muito estranha para connosco. Abandona de forma inaudita e não está no seu melhor dia, não pode ter este tipo de comportamento”. O presidente do SPAC volta, assim, a dizer que o ministro João Galamba “não está preparado para ter em mãos o dossiê TAP”.
TAP. Pilotos “preocupadíssimos” dizem que João Galamba acabou reunião de “forma inaudita”
O sindicato diz que a conversa com Galamba era para “ser produtiva e alertar para o futuro da TAP”, mas “o senhor ministro não quis ouvir e foi perentório a dizer que não negociava com o sindicato”. Segundo Tiago Faria Lopes João Galamba disse que quem negociava com o sindicato era a atual administração o que o sindicato diz ser mais positivo. “O acordo temporário de emergência não serve para a companhia” e, por isso, o sindicato viu Galamba dar “carta branca que o antecessor não tinha dado. Ficamos descansados mas muito preocupados com futura da TAP”.
Tiago Faria Lopes diz que Galamba falou dos resultados históricos da TAP e que estes só teriam sido possíveis devido ao corto da massa salarial, nomeadamente dos pilotos. O Sindicato lembra outras companhias europeias que aumentaram os salários e que, no entanto, estão em vias de dar lucro. O problema, conclui, não é a massa salarial, “é um problema de gestão”.
Não foi possível obter um comentário do Ministério das Infraestruturas.