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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que a situação na frente de batalha na região de Donetsk, em particular na zona de Bakhmut e Vuhledar, se mantém “extremamente grave”, continuando marcada por combates “intensos”. “Os ocupantes não estão apenas a assaltar as nossas posições, mas estão a destruir deliberada e metodicamente as vilas e aldeias que as rodeiam“, destacou o chefe de Estado ucraniano no seu habitual discurso diário dirigido à nação.

Segundo Zelensky, o Exército russo “não carece de meios de destruição”, quer de artilharia, aviação ou mísseis. “E isso só pode ser interrompido pela força”, advertiu, elogiando, mais uma vez, o heroísmo dos seus soldados que lutam na região”. Na cidade mineira de Vuhledar, que tinha 15.000 habitantes antes da invasão russa, e que está a 150 quilómetros de Bakhmut, prosseguem combates “brutais”.

Segundo um responsável das autoridades pró-russas na região oriental de Donetsk, as tropas russas foram “estabelecendo [presença] no sudeste e leste da cidade”. O porta-voz do Exército ucraniano para a zona leste, Serguiy Tcherevaty, confirmou “combates ferozes”, assegurando ao mesmo tempo que os russos foram repelidos.

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A Ucrânia referiu esta semana que tropas russas intensificaram os seus ataques no leste, enquanto o Instituto para o Estudo da Guerra sublinhou que a Rússia está a tentar “dispersar” as forças ucranianas para “criar as condições para uma operação ofensiva decisiva”.

Soldados russos e mercenários do grupo paramilitar Wagner capturaram recentemente Soledar, a norte de Bakhmut, um primeiro sucesso em muitos meses após uma série de fracassos para o Kremlin.

Tropas ucranianas retiraram-se de Soledar, admite exército

Enquanto os combates “intensos” continuavam esta sexta-feira no leste da Ucrânia, Zelensky e o homólogo russo, Vladimir Putin, abordaram o dia internacional da Memória do Holocausto.

O governante ucraniano vincou, no dia em que se assinalou o dia internacional das vítimas do genocídio perpetrado pelos nazis contra os judeus, que “a indiferença e o ódio” continuaram a matar, aludindo à invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro de 2022.

Já Vladimir Putin sublinhou, em comunicado, que “esquecer as lições da história leva à repetição de terríveis tragédias”. “A prova disso são os crimes contra civis, a limpeza étnica (e) as ações punitivas organizadas pelos neonazis na Ucrânia”, apontou, repetindo uma retórica que está habituado a defender para justificar a ofensiva militar russa no país vizinho.

Do ponto de visto da aliança ocidental no apoio à Ucrânia, Zelensky saudou esta sexta-feira a decisão da Polónia de entregar mais 60 tanques, metade dos quais será uma versão modernizada do T-72 soviético, depois dos 14 Leopard 2 de fabrico alemão já prometidos.

Ao mesmo tempo, o governo belga comprometeu-se a conceder novos financiamentos à Ucrânia, em particular para o fornecimento de mísseis, metralhadoras, munições e veículos blindados.

O Presidente ucraniano tem apelado ao fornecimento de aviões de combate e de mísseis de longo alcance, armas que os ocidentais, até agora, têm recusado a fornecer. Por outro lado, a União Europeia decidiu prolongar durante seis meses as sanções impostas à Rússia quando Moscovo anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014 e está a preparar novas medidas.

Por outro lado, o Chefe de Estado disse que a Ucrânia começou uma “maratona de honestidade”. O objetivo? Limpar a liderança das estruturas internacionais olímpicas da “hipocrisia” e de tentativas para trazer representantes “do estado terrorista” no mundo do desporto, explicou Zelensky. O líder ucraniano referia-se à posição assumida pelo Comité Olímpico Internacional, que quer eliminar a exclusão de atletas russos e bielorrussos das competições olímpicas.

“Não podemos deixar de nos dececionar com as declarações do atual presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach”, afirmou. O representante convidou o representante a visitar Bakhmut, onde prosseguem combates intensos. “Não pode haver neutralidade quando uma guerra assim está a acontecer (…). É óbvio que qualquer bandeira neutral de atletas russos está manchada com sangue”, concluiu.