A Escócia travou este domingo as transferências de todos os prisioneiros trangénero enquanto leva a cabo uma revisão “urgente” das regras relativas aos estabelecimentos onde estes devem ser colocados, de acordo com a Sky News. Os casos polémicos de Tiffany Scott, acusada de perseguir uma menina de 13 anos, e Isla Bryson, que violou duas mulheres, estão no centro da polémica. As duas mulheres transgénero cometeram estes crimes contra mulheres enquanto ainda eram do sexo masculino.

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“Iniciámos uma revisão urgente de todos os casos de pessoas transgénero que estão atualmente a ser geridos pelos nossos estabelecimentos”, disse um porta-voz do Serviço Prisional Escocês, citado pelo mesmo jornal. “A nossa principal preocupação é sempre, e mantém-se, a saúde, segurança e bem-estar de todas as pessoas sob o nosso cuidado e do nosso staff.”

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Esta revisão vai ter em conta o histórico de cada prisioneira transgénero no que toca à violência contra mulheres e o “risco associado” a colocá-la numa prisão feminina. Até a revisão ser terminada, estes casos serão mantidos em estabelecimentos masculinos.

Keith Brown, secretário da Justiça, disse compreender que o tema é “altamente emotivo”. “Como a primeira-ministra sublinhou na semana passada, não podemos permitir que qualquer sugestão de que as mulheres trans são uma ameaça inerente para as mulheres ganhe raízes. Os homens predatórios são o risco para as mulheres.”

Desde 2014 que as orientações do sistema prisional escocês são para colocar os reclusos nos estabelecimentos consoante o género com que se identificam, mas os casos de Isla Bryson e Tiffany Scott têm estado envoltos em polémica.

O tribunal determinou na passada terça-feira que Bryson, de 31 anos, fosse condenada por crimes de violação contra duas mulheres, que foram praticados quando se chamava Adaam Graham e ainda era do sexo masculino. Durante o decurso do processo, justificou que queria mudar de género e que sempre se tinha sentido no corpo errado, o que levou a que se determinasse que fosse colocado numa prisão feminina — ainda que, legalmente, ainda não seja uma mulher. Passadas menos de 24 horas, Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa, disse no parlamento que a reclusa ficaria afinal num estabelecimento prisional masculino.

O caso de Tyffany Scott veio a público no sábado, quando se ficou a saber que a sua transferência para uma cadeia feminina tinha sido autorizada. A mulher transgénero já tinha recebido uma nega num pedido anterior de transferência. Antes de se assumir transgénero, em 2016, chamava-se Andrew Burns e agrediu uma enfermeira enquanto fugia de um hospital, em 2010, tendo sido foi condenado por, em 2013, perseguir uma menina de 13 anos. Embora se assuma como mulher trans, ainda não fez qualquer transição médica.

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