Luís Marques Mendes admitiu este domingo, no seu comentário habitual na SIC, um cenário de eleições antecipadas logo após as eleições europeias, em junho de 2024. Tudo dependerá, sustentou, do desgaste do Governo até lá e, sobretudo, do resultado das eleições que servirão de barómetro ao desempenho socialista.

“Há uma probabilidade de a seguir às eleições europeias haver eleições antecipadas”, afirmou Marque Mendes, um risco apenas dependente do resultado eleitoral e “do desgaste do Governo”.

Marques Mendes falava na sequência da última sondagem da Pitagórica que colocou o PSD (30,6%) à frente do PS (26,9%), o que não acontecia desde 2017. “Sondagens são sondagens”, ressalvou o comentador político, porém no momento em que são feitas são reveladoras de que os portugueses estão “mesmo zangados” com o Governo. “O PS perdeu 1/3 dos eleitores durante um ano. É um trambolhão monumental”.

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Marques Mendes reconhece que numa fase de “casos e casinhos” no Governo, e por mais que o primeiro-ministro António Costa tente trazer “sangue novo”, é difícil atrair boas pessoas com conhecimento. Mas este desgaste do Governo, consequência dos tais “casos e casinhos”, não capitaliza, na perspetiva do comentador, o PSD — mas os partidos “radicais”. No entanto, afirma, dá “estatuto e responsabilidade” ao PSD e sobretudo ao seu líder, Luís Montenegro.

O comentador recorda mesmo que nos anos 90, quando as sondagens colocaram António Guterres à frente de Aníbal Cavaco Silva, os resultados tiveram um efeito multiplicador e “deu-lhe estatuto”. E aproveitou também o seu exemplo para passar alguns conselhos ao líder social democrata: Montenegro tem agora a “responsabilidade de apresentar causas, não um programa de Governo” — sublinhando que Guterres só o fez ao fim de quatro anos na oposição.

Marques Mendes considera mesmo que o Chega, partido que este fim de semana voltou a eleger André Ventura para a liderança nos próximos quatro anos, “está a crescer à custa dos erros dos PS e do PSD”. “No caso do PS, pelos ‘casos e casinhos’, que beneficiam os partidos radicais, no lado do PSD há alguma ajuda porque enquanto ele mantiver a ideia sobre se no futuro se coliga com o Chega ou não, só lhe dá força”. “O PSD deve ser  claro nessa matéria como esta semana fez a Iniciativa Liberal”, que se demarcou de uma possível coligação com o partido de Ventura.

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Também tema de comentário foi a Jornada Mundial da Juventude que esta semana gerou polémica quando se percebeu que o palco a instalar na zona do Trancão rondaria os 5 milhões de euros. Uma consternação “evidente” para Luís Marques Mendes que diz ter “apurado” que esta semana iria ser tomada uma decisão das três hipóteses em cima da mesa: aquela que o Presidente da Câmara Carlos Moedas pediu, que é para rever o projeto e o valor do palco; perceber se é possível que a cerimónia prevista no Parque Eduardo VII seja transferida para o Tejo, caso a Igreja não concorde com esta alteração (como o Observador noticiou), e reavaliar o palco que rondará os 2 milhões de euros a instalar no Parque Eduardo VII.

“Há que reduzir os custos em nome do bom senso”, sustenta o comentador, que lembra o “grande prestígio” e o retorno de um evento desta dimensão.

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