Angola manteve a tendência dos últimos anos no combate à corrupção, subindo para o 116.º lugar no Índice de Perceção da Corrupção, alcançando 33 pontos numa escala que vai dos zero aos 100, segundo um relatório esta terça-feira divulgado.

A edição deste ano do Índice de Perceção da Corrupção (CPI, na sigla em inglês), elaborado pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional, mostra que em termos estatísticos, Angola subiu 20 lugares no CPI de 2021 relativamente ao de 2022, fixando-se no 116.º lugar entre 180 países e territórios.

“O compromisso contínuo do Presidente João Lourenço de erradicar a corrupção sistémica no país está a surtir efeito, inclusive por meio de leis mais rígidas”, destaca a Transparência Internacional, sublinhando que Angola apresentou uma “melhoria significativa nos últimos anos”, ganhando 14 pontos desde 2018.

A ONG acrescenta que o Ministério Público angolano solicitou recentemente à Interpol a emissão de um mandado de detenção contra Isabel dos Santos, filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, tendo o Supremo Tribunal do país ordenado a apreensão dos seus bens.

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Mandado de captura internacional. Isabel dos Santos pode ser detida a qualquer momento

“No entanto, continua a haver a preocupação de que as investigações de corrupção tenham motivação política e de que o partido do governo (Movimento Popular de Libertação de Angola) possa ter como alvo a oposição”, salienta a ONG.

A tendência nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de 14 pontos, e considerando os últimos 10 anos, a subida foi de 11 pontos.

O CPI foi criado pela Transparência Internacional em 1995 e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno da corrupção, a partir da perceção de especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no setor público.

Trata-se de um índice composto, ou seja, resulta da combinação de fontes de análise de corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes, e classifica de zero (percecionado como muito corrupto) a 100 pontos (muito transparente) 180 países e territórios.

Em 2012, a organização reviu a metodologia usada para construir o índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano para o seguinte.