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Lula da Silva recusou disponibilizar armamento para ajudar a Ucrânia na guerra com a Rússia: “O Brasil é um país de paz. O último contencioso foi na guerra do Paraguai, portanto, o Brasil não quer ter nenhuma participação, mesmo que indireta“, considerou o novo chefe de Estado brasileiro, citado pela CNN Brasil.

As declarações do Presidente do Brasil referiam-se a um pedido da Alemanha para que Brasília vendesse tanques a Berlim, que depois iriam ser enviados para a Ucrânia. Em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o chanceler Olaf Scholz, que está numa visita oficial ao Brasil, Lula da Silva admitiu que “a Rússia cometeu um erro crasso ao invadir território da Ucrânia”, mas argumentou que “quando um não quer, dois não brigam”.

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Olaf Scholz, por sua vez, contra-argumentou que o conflito na Ucrânia “não é uma guerra europeia, é uma guerra que diz respeito a todos”. Numa mensagem endereçada a Lula da Silva, depois de ter afirmado que está satisfeito com o regresso do Brasil ao diálogo internacional, o chanceler alemão sublinhou que o conflito lançado pela Rússia na Ucrânia “é uma violação flagrante do direito internacional e da ordem internacional acordada em conjunto”.

“Ninguém pode mexer em fronteiras de forma violenta”, insistiu Olaf Scholz na conferência de imprensa conjunta da última segunda-feira: “Enquanto democracias, temos de nos unir nessa questão para evitar o regresso da lei do mais forte.” Em resposta, Lula da Silva considerou que cabe à China intervir no conflito.

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“Eu, se for em março à China, quero conversar com o Presidente Xi Jinping [sobre isso]. Está na hora de a China pôr as mãos na massa e tentar ajudar a encontrar a paz entre a Rússia e a Ucrânia“, disse Lula da Silva, propondo mesmo a criação de um novo organismo, semelhante ao G20, cuja função seria “propor uma solução para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia”: “O Brasil tem muito a contribuir, a China, a Índia, a Indonésia têm muito a contribuir também”, enumerou.

O Presidente do Brasil vai mais longe e sugere a criação de um grupo de países para negociarem uma solução para o conflito: “A minha sugestão é que a gente crie um grupo de países, que tente sentar-se à mesa com a Ucrânia e com a Rússia para tentar encontrar a paz“, avançou o chefe de Estado. A proposta já terá sido apresentada a Emmanuel Macron e também será comunicada a Joe Biden, adiantou o Chefe de Estado brasileiro.