O diretor executivo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madrid classificou o orçamento de 160 milhões de euros previstos para a organização do evento em Portugal como o maior de sempre e afirmou ter dificuldade em perceber “onde é que se vai gastar” todo esse dinheiro.

“Eu estive envolvido em nove Jornadas Mundiais da Juventude. Se a Jornada de Lisboa tem um orçamento de 160 milhões, é muito superior a todas as outras”, afirmou Yago de la Cierva, especialista em comunicação ligado à Igreja Católica, à RTP. “Mas custa-me entender onde é que se vai gastar.”

Recordando a sua experiência à frente da organização do evento em 2011, na capital espanhola, De la Cierva lembra que uma equipa de 500 pessoas, com recurso a muitos voluntários, conseguiu organizar a Jornada “mais barata de sempre”, devido à crise económica que se vivia em Espanha. “Não podíamos pedir dinheiro ao Estado, parecia-nos de mau gosto.”

A solução encontrada garantiu que não haveria custos para os contribuintes. Segundo as contas da Pricewaterhouse Coopers, citadas pela RTP, a JMJ de Madrid custou ao too 52,8 milhões de euros (o que equivaleria a 65,2 milhões hoje, tendo em conta a inflação). A maior parte desse valor (70%) foi custeado com o dinheiro das inscrições dos peregrinos. O restante foi sustentado por donativos de particulares e de grandes empresas espanholas, como o Banco Santander e a Telefonica.

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Numa altura em que a JMJ de Lisboa está envolvida em polémica pelos custos, nomeadamente de dois palcos (um permanente e um temporário) com valor superior a 6 milhões de euros, o diretor da edição espanhola recordou que em Madrid houve apenas a instalação de dois palcos temporários. Um, mais pequeno, na Praça Cibeles e outro maior, num aeródromo. Foi neste segundo palco que o Papa Bento XVI celebrou a missa quando esteve em Madrid.