“Os esforços de mediação nas negociações são o único sucesso até à data.” Foi assim que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, elogiou as iniciativas diplomáticas do Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, na guerra na Ucrânia. Devido a esta alegada missão diplomática bem-sucedida, sete países apoiam que o chefe de Estado da Turquia vença o Nobel da Paz.  

O chefe da diplomacia húngara foi mesmo mais longe e disse que Erdoğan é o “único líder” que, até agora, conseguiu obter uma “mediação com sucesso” na guerra da Ucrânia, aludindo ao facto de a Turquia ter mediado, em conjunto com as Nações Unidas, um pacto com Kiev e com Moscovo para o reinício das exportações de cereais a partir de portos ucranianos através do Mar Negro.

Para Szijjarto, que falava ao lado do homólogo turco Mevlut Çavusoglu numa conferência à margem de um encontro do Conselho da Organização dos Estados Turcos (OET), sublinhou que a paz na Ucrânia só poderá ser alcançada através de negociações, algo que a mediação turca já demonstrou ser possível.

Além da Hungria — que é apenas uma mera observadora na OET —, a Organização dos Estados Turcos foi criada em 2009 e é composta pela Turquia, pelo Azerbaijão, pelo Cazaquistão, pelo Quirguistão e pelo Uzbequistão. Todos estes países apoiam que o Presidente turco receba o galardão que premeia a pessoa que mais contribuiu para os esforços de paz durante um ano.

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Mais um país também apoia que Recep Tayyip Erdoğan vença o prémio da academia sueca: o Paquistão. O chefe do Senado de Islamabad entregou uma carta ao parlamento do país a justificar o porquê. “A guerra da Rússia contra a Ucrânia rapidamente se transformou numa escalada nuclear que poderia ter terminado numa catástrofe para todo o mundo. Devido aos esforços incansáveis, precisos e eficazes [do Presidente turco], ele evitou um desastre global.”

A proposta, que também designa Erdoğan como um “estadista e líder que almeja a prosperidade não só do seu país, como da região e do mundo em geral”, foi aprovada por unanimidade pelo parlamento paquistanês.

As eventuais sugestões dos países e de outras entidades para o Nobel de Paz terminam esta terça-feira. A votação ocorrerá no início de outubro e a identidade de quem vence o galardão é conhecida a 10 de dezembro, num evento na capital norueguesa, Oslo.