Aos portos de Sines e de Setúbal chegavam contentores com fruta, mandioca e amido de milho — um disfarce para permitir a entrada de droga em território português, que seria depois distribuída pelo país e em Espanha. A Polícia Judiciária desmantelou esta rede de tráfico de droga, que usava dinheiro virtual nas transações, encontrou cocaína no valor de mais de 2,5 milhões de euros e, de acordo com o Expresso, o Tribunal de Loures condenou os cinco arguidos a penas de prisão entre os seis e os dez anos.

Este grupo, composto por portugueses, brasileiros, colombianos e chilenos, entrou no radar das autoridades portuguesas depois de ter sido dado o alerta no Brasil, em 2021, quando chegaram ao porto de Santos 100 quilos de cocaína. Nessa altura, a polícia brasileira identificou uma empresa portuguesa e, a partir daí, a PJ conseguiu perceber que chegavam a Portugal contentores com fruta que nunca chegava a ser vendida.

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Aliás, conta o Expresso, que cita o acórdão do Tribunal de Loures, a PJ detetou um cheiro a fruta podre num armazém, que acabava no lixo do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa. Há poucos meses, os cinco arguidos foram detidos pela PJ e foram apreendidas placas de cocaína no valor de mais 2,5 milhões de euros, “sendo ainda passível de aumento, se utilizado produto de corte”.

Para conseguirem vender tais quantidades de cocaína, este grupo tinha duas empresas, que não tinham qualquer objetivo de venda — nem de fruta, nem de mandioca, nem de amido de milho. Apenas de droga.

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E esta rede utilizava também, como meio de pagamento aos grupos da América do Sul, dinheiro virtual. Um dos arguidos no processo julgado em Loures chegou a receber 12 mil euros em dinheiro vivo, depois de utilizar um criptoativo que serviu com meio de pagamento.