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O 343.º dia de guerra na Ucrânia ficou marcado pela demissão de todos oficiais em cargos de chefia da autoridade alfandegária ucraniana. A decisão do Governo da Ucrânia surge na sequência de uma série de buscas, num novo avanço da investigação em larga escala às suspeitas de corrupção e colaboracionismo com os russos que está a ser levada a cabo no país.

Todas as chefias da autoridade alfandegária ucraniana demitidas após buscas ligadas a investigações de corrupção

Segundo o jornal Ukrainska Pravda, esta quarta-feira foram realizadas várias buscas em instalações do Fisco, na empresa petrolífera ucraniana Ukrnafta, e na casa do líder da oposição pró-russa, Vadym Stolar. Também foram feitas buscas à casa do antigo ministro do Interior Arsen Avakov no âmbito de uma investigação à queda de um helicóptero na Ucrânia.

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Na linha da frente de guerra os combates pelo controlo da cidade de Bakhmut intensificaram-se. Esta quarta-feira as tropas ucranianas revelaram ter impedido um ataque aéreo sobre Bakhmut, na região de Donetsk. Já um oficial da autoproclamada República Popular de Donetsk assegurou que as forças russas estão a completar o cerco em torno da cidade.

Aqui fica um resumo das notícias que marcam esta quarta-feira.

O que aconteceu durante a noite?

  • A Ucrânia tem os olhos postos na aquisição de caças do ocidente, mas não chegou por agora nenhuma resposta positiva dos países aliados. A União Europeia junta-se agora à posição já assumida pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pela Alemanha e não pensa enviar este equipamento para Kiev.
  • Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, acusou as forças russas de lançarem um ataque a um edifício residencial. O responsável ucraniano disse que o bombardeamento provocou dois mortos e sete feridos.

  • Os militares ucranianos usaram milhares de minas antipessoais em batalha numa violação a um tratado internacional, avançou a organização não governamental Human Rights Watch. Num relatório publicado esta quarta-feira a ONG refere que rockets que carregavam minas antipessoais PFM foram disparados contra alvos militares russos na cidade de Izium
  • A Ucrânia está a negociar a entrega de mísseis de longo alcance e de caças para equipar as Forças Armadas, revelou Mikhaylo Podolyak, assessor presidencial ucraniano.
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu esta quarta-feira ao Ministério da Defesa que impeça os bombardeamentos nas regiões russas junto à fronteira com a Ucrânia, em particular Belgorod, Kursk e Briansk. É uma “tarefa prioritária”, reforçou.
  • O grupo cibercriminoso pró-Kremlin ‘Killnet’ elegeu Portugal como um dos seus alvos. O grupo lançou também um apelo ao recrutamento de novos membros, indicou à agência Lusa o presidente da empresa Visionware.
  • De visita aos Estados Unidos, o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson defendeu o envio de mais armamento para a Ucrânia, incluindo os caças que Kiev tem pedido. “Dêem-lhes os sistemas de artilharia. Dêem-lhes os tanques. Dêem-lhes os caças, porque eles têm um plano e sabem o que precisam de fazer”, afirmou. O Reino Unido afastou-se das declarações do ex-governante, com o ministro da Defesa a afirmar que o envio das aeronaves “não é abordagem correta” para já.

O que aconteceu durante a tarde?

  • A Ucrânia quer adesão à UE nos próximos dois anos, mas a decisão sobre o tema não deverá chegar na cimeira em Kiev. “A UE vai decidir sobre os próximos passos quando todas as condições estiverem cumpridas segundo a posição da Comissão [Europeia]”, refere um comunicado a que o Politico teve acesso e que será emitido no evento.
  • O primeiro-ministro israelita revelou que o país está a considerar prestar apoio militar à Ucrânia, rompendo com anterior postura de não enviar armas. Em entrevista à CNN, Benjamin Netanyahu mostrou-se também disposto a servir como um mediador do conflito entre Kiev e Moscovo. A Rússia já avisou Israel sobre uma eventual entrega de armamento.
  • A Bielorrússia começou a operar de forma independente o sistema de mísseis Iskander recebido da Rússia e dispõe de suficientes munições para desencadear qualquer ação, indicou o Ministério da Defesa bielorrusso.
  • Alexander Van der Bellen, Presidente da Áustria, está esta quarta-feira em Kiev e já se reuniu com o homólogo ucraniano. “Áustria é um país neutro. No entanto, a neutralidade militar não significa que sejamos neutros nos valores”, escreveu Van der Bellen no Twitter.
  • O secretário-adjunto do Conselho de Segurança russo, Yuri Averyanov, foi demitido esta quarta-feira. Segundo a agência Interfax, o Presidente Vladimir Putin afastou Averyanov do cargo “devido à cessação do seu contrato” e foi “transferido para outro trabalho”.
  • O novo Presidente da República Checa, Petr Pavel, considera que a Ucrânia estará “moralmente e praticamente pronta” para entrar na NATO assim que terminar a guerra com a Rússia.
  • A Itália deverá unir-se à França para fornecer à Ucrânia um conjunto de equipamentos de ponta de defesa anti-míssil, noticiou o Financial Times, citando o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto. A Ucrânia terá pedido em particular o envio do sistema SAMP-T.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Moscovo aplaudiu a iniciativa da empresa russa Fores, que vai oferecer cerca de 65 mil euros em dinheiro vivo aos primeiros soldados que destruírem os tanques norte-americanos Abrams ou os alemães Leopard-2 enviados para a Ucrânia.
  • Espanha já tinha anunciado que estava disponível para enviar tanques Leopard para a Ucrânia, restava saber quantos. De acordo com o El País, que cita fonte do Governo, serão enviados entre quatro e seis tanques.
  • A Austrália anunciou a imposição de sanções ao Irão pelo envio de drones militares para a Rússia, que serão usados na guerra na Ucrânia. Vão ser alvo de sanções quatro pessoas e quatro empresas envolvidas na produção e no fornecimento destes equipamentos.
  • Os últimos dias foram marcados por bombardeamentos ao longo do rio Dnipro e na cidade de Kherson, refere o ministério da Defesa britânico no habitual relatório diário.

  • A Ucrânia deverá receber mais um pacote de ajuda, entregue pelos Estados Unidos. De acordo com a Reuters, que cita dois funcionários norte-americanos, este novo pacote vai incluir, além armas e munições, rockets de maior alcance, que nunca foram enviados pelos Estados Unidos. A Rússia já reagiu, avisando que se o envio desses rockets se concretizar, “irá escalar o conflito”, mas não alterar o seu curso.