O PSD do Litoral e do Centro Histórico do Porto questionou esta quarta-feira a Metro do Porto acerca das “opções desleixadas” quanto ao metrobus, apresentado na segunda-feira, sugerindo um investimento alternativo na linha do Campo Alegre.

Parece-nos que a Metro do Porto, usando o argumento de serem fundos do Portugal 2030 e do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], está a fazer opções desleixadas com dinheiro dos nossos impostos (e dos nossos parceiros europeus) numa solução mal desenhada”, pode ler-se numa posição a que a Lusa teve acesso esta quarta-feira.

Para estas duas comissões políticas do PSD do Porto, a solução do ‘metrobus’, apresentada na segunda-feira e que já está em obras, foi “pouco participada e decidida nas costas dos portuenses“, não indo “ao encontro do real interesse” dos cidadãos.

O serviço do metrobus do Porto, um autocarro a hidrogénio que circulará em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Marechal Gomes da Costa, ligará a Casa da Música à Praça do Império em 12 minutos e à rotunda da Anémona em 17, estando o final das obras previsto para junho de 2024.

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O projeto tem um custo total de 66 milhões de euros e é integralmente financiado, a fundo perdido, pelo PRR.

O PSD do Porto Litoral e do Centro Histórico questiona se “alguém acredita” que o percurso Casa da Música – Império “demorará 12 minutos”, face “ao trânsito constante no cruzamento da Avenida Marechal Gomes da Costa com a Avenida da Boavista e, acima de tudo, sem uma via dedicada para o ‘metrobus'”.

Continua sem ser claro como funcionarão as ligações entre o ‘metrobus’ e os autocarros convencionais nas perpendiculares da Avenida da Boavista (como por exemplo na Avenida Antunes Guimarães)”, referem ainda as duas comissões políticas do PSD no Porto.

O PSD questiona ainda como se pensa evitar, “tendo o ‘metrobus’ prioridade nos cruzamentos, um aumento signficativo de trânsito nestes cruzamentos, tendo em conta a cadência frequente dos ‘metrobus'”.

Já relativamente à manobra junto à Casa da Música e rotunda da Boavista, com recurso à criação de uma microrrotunda, para o autocarro fazer a mudança de sentido da viagem, as comissões políticas do PSD referem a “inversão de marcha, em contra-mão”, do veículo.

No entender do PSD Porto Litoral e Centro Histórico, “deve ser clarificada como está planeada ser preparada esta inversão de marcha”, questionando-se ainda se a manobra “não criará, também, ainda mais trânsito na já de si complicada rotunda da Boavista”.

Assim, perguntam se “não faria mais sentido pensar-se em utilizar este dinheiro na realmente importante, e verdadeiramente transformadora, linha de metro do Campo Alegre“.

Para o ‘metrobus’, estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Anémona.