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Kiev vai receber esta semana uma cimeira entre a Ucrânia e a União Europeia que espera enviar um “forte sinal” aos parceiros e inimigos, no entanto não deverá receber promessas sobre uma eventual adesão rápida ao bloco comunitário. Um comunicado que será emitido no evento, a que o jornal Politico teve acesso, refere que estão a ser equacionados os próximos passos sobre a integração na UE, mas não faz qualquer menção à meta de dois anos que a Ucrânia definiu.

“A UE vai decidir sobre os próximos passos quando todas as condições estiverem cumpridas segundo a posição da Comissão [Europeia]”, refere o comunicado.

Em junho do ano passado a União Europeia concedeu à Ucrânia o estatuto formal de candidato à UE, numa momento descrito como “histórico” pelo presidente do Conselho Europeu. No entanto o país tem de cumprir uma série de critérios para a adesão ao bloco comunitário, nomeadamente no sistema judicial.

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Apesar do estatuto ter sido aprovado, permanecem no seio da instituição algumas divisões sobre a rapidez com que o processo de adesão deve seguir. “Houve claras tensões entre a Polónia e os estados bálticos, por um lado, e outros países da UE sobre a linguagem para a adesão“, revelou um oficial ao Politico. A mesma fonte indicou que também há tensões entre o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Eles estão numa corrida para superar os lances um do outro em relação aos ucranianos”, acrescentou.

Cimeira em Kiev com UE é “forte sinal” para parceiros e inimigos

A Ucrânia tem expectativas elevadas para a cimeira desta sexta-feira. No dia anterior deverão chegar a Kiev vários comissários europeus para “consultas entre o Governo e a Comissão Europeia”. Tratam-se de “dois acontecimentos extremamente importantes no caminho para a integração europeia da Ucrânia”, antecipou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal.

A adesão da Ucrânia à UE e o apoio a Kiev contra a invasão russa deverão ser as temáticas centrais do encontro entre os comissários e o Governo ucraniano e da cimeira. Shmygal já estabeleceu um prazo ambicioso sobre a integração que espera ser cumprido: dois anos.

Segundo o Político, na cimeira também deverá ser discutido o plano de paz ucraniano de dez pontos, a reconstrução do país e deverá ser anunciado um pacote de assistência humanitário de 25 milhões de euros.