Primeiro, o soberbo golo do empate sofrido em Londres frente ao Crystal Palace num livre direto de Michael Olise nos descontos. Depois, o golo oportuno da derrota em Londres contra o Arsenal num desvio feito com a parte externa do pé direito de Nketiah em cima do minuto 90. Após nove vitórias consecutivas, o Manchester United parecia capaz de tudo mas cinco pontos perdidos na Premier League voltaram a deixar a equipa mais resumida à luta por um lugar na próxima Liga dos Campeões. Na resposta aos dois deslizes consecutivos, os red devils ganharam na primeira mão das meias da Taça da Liga com o Nottingham Forest e também na quarta ronda da Taça de Inglaterra diante do Reading. Depois da mini tempestade, uma bonança recuperou os bons velhos tempos iniciados antes do Mundial. E havia já ali um marco ao virar da esquina.

Nketiah, o dono do sonho de um Art Attack que está pronto para terminar a obra de arte — ou como o Arsenal venceu o United

“Temos de ir para este jogo com o know how para perceber que é mais um jogo de Taça e queremos muito marcar presença em Wembley. Há algum tempo que o Manchester United não vai a uma final e não ganha uma final. É esse o nosso objetivo e por isso temos de fazer tudo para isso, o que significa que temos de estar totalmente focados, no máximo da nossa energia e a seguir o plano de jogo. O Nottingham Forest é uma boa equipa, que está a fazer um bom percurso e temos de estar atentos a isso”, resumira Erik ten Hag antes de uma partida que poderia valer a primeira final do clube desde 2018, quando José Mourinho perdeu na sua segunda época a decisão frente ao Chelsea após ter conquistado três títulos na temporada de estreia.

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Depois de um início de projeto complicado, o técnico neerlandês foi conseguindo equilibrar a equipa, virou a onda irregular de resultados e até o funcionamento em termos internos no que diz respeito ao mercado teve novas dinâmicas. Um exemplo prático, no último dia de mercado? Com Scott McTominay de fora e perante a longa ausência esperada de Eriksen por um problema no tornozelo, Ten Hag admitiu a possibilidade de não ter um substituto pela escassez de tempo e de recursos mas os dirigentes aproveitaram as últimas horas para assegurarem o empréstimo por meio ano do internacional austríaco Marcel Sabitzer do Bayern.

Surgiu um problema, pensou-se, trabalhou-se numa solução, avançou-se na concretização. No fundo, o mesmo caminho feito para resolver as dificuldades iniciais da equipa. E o caminho feito também até nova vitória frente ao Nottingham Forest, num encontro complicado no primeiro tempo apesar de uma bola ao poste de Weghorst em cima do intervalo antes de dois golos de Martial (73′) e Fred (76′) em menos de quatro minutos que arrumaram de vez a questão. Homem do Jogo? De novo Bruno Fernandes. E com um momento de magia que ficou na retina de todos inspirado num outro jogador internacional português.

“Como fiz aquele passe? Aprendi com o Quaresma, tive um grande professor em Portugal e temos sempre de aprender com os outros jogadores, de aprender esses truques e tentar utilizar. Como o Luke [Shaw] disse, um em cada 20 não é mau e estou muito contente com o rendimento da equipa, com a capacidade de criar ocasiões, tivemos mais oportunidades para marcar mas foi complicado entrar porque o Nottingham Forest defendeu muito bem. Ganhámos, estamos na final e felizes por isso”, explicou o médio e capitão sobre um passe de trivela que originou o segundo golo do Manchester United que fechou as contas.